Ano: 2025
Selo: Sony Music
Gênero: Pop
Para quem gosta de: Gaby Amarantos e Viviane Batidão
Ouça: Águas Rasas, 5 Estrelas e Eu Me Enganei
Ano: 2025
Selo: Sony Music
Gênero: Pop
Para quem gosta de: Gaby Amarantos e Viviane Batidão
Ouça: Águas Rasas, 5 Estrelas e Eu Me Enganei
É impossível resistir aos encantos de Zaynara em Amor Perene (2025, Sony Music). Terceiro trabalho de estúdio da cantora e compositora paraense, o sucessor de É Beat Melody (2022) mostra uma artista ainda mais consciente do próprio repertório. São canções que se entregam aos ritmos nortistas, abraçam o pop e encontram no romantismo agridoce dos versos um precioso componente de amarra e entrega sentimental.
Inaugurado por Amazônia Menu, o trabalho produzido por Márcio Arantes (Anitta, Tulipa Ruiz) diz a que veio logo nos primeiros minutos. Enquanto os versos da canção celebram os sabores do Norte e os desejos mais profundos da artista, o ritmo acalentado trata de ambientar o ouvinte. Entretanto, é quando investe em uma abordagem melódica, como em Águas Rasas, que Zaynara revela algumas das melhores composições do disco. Instantes em que a cantora esbanja vulnerabilidade sem perder o aspecto dançante do material.
Nada que afete a entrega de faixas puramente descompromissadas, como Corpo a Corpo, composição que destaca o beat melody da artista paraense. Sobrevive justamente nesse equilíbrio entre momentos de maior libertação e canções consumidas pela melancolia a real beleza do trabalho. Não por acaso, a cantora logo engata em Eu Me Enganei, música adornada pelo uso de sintetizadores nostálgicos e versos confessionais.
Esse mesmo aspecto emocional acaba se refletindo na sequência formada pela própria faixa-título do disco e 5 Estrelas. Contudo, enquanto a primeira encanta pela força dos sentimentos, a segunda canção, assinada em parceria com o músico baiano Tierry, convence pelo fino toque de humor. São versos que encaram o amor a partir da lógica dos aplicativos de transporte. “Tem corrida que não vale a gasolina”, canta a dupla.
Com a chegada de Eu Não Gosto de Errar, a temática romântica do disco começa a se repetir, mas a fluidez das batidas e versos sempre pegajosos tornam o trabalho de Zaynara inescapável. Mesmo a melodramática Se Vira Aí cumpre sua função, preparando o terreno para a entrega da libertadora Aceita Meu Tchau, faixa que ainda se engrandece pelo encontro com Raphaela Santos, importante nome do brega pernambucano.
Escolhida para o encerramento do trabalho, a já conhecida Perfume da Bôta, lançada em março deste ano, talvez seja incapaz de igualar o mesmo detalhamento lírico das canções que a antecedem, porém pontua o disco em alta. Em um claro espelhamento com a composição de abertura, a faixa exalta os ritmos latinos e a relação com o pop atual, mas em nenhum momento oculta a identidade e potência criativa de Zaynara.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.