Disco: “…Love You”, The Loves

/ Por: Cleber Facchi 13/02/2011

The Loves
British/Indie Pop/Pop
http://www.myspace.com/lovetheloves

 

Os anos 60 fizeram um bem danado aos caras do The Loves. Basta ouvir apenas oito segundos de WTF (Or How I Realised I’d Wasted My Life), com aqueles tecladinhos inconfundíveis para perceber que a velha guarda de bandas como Beatles, Kinks e Beach Boys estão em cada mínimo ruído produzido por essa banda britânica da cidade de Cardiff. Mesmo não sendo um grupo de grande repercussão no cenário alternativo a banda já existe desde 2000, e de lá pra cá nos presenteou inúmeras vezes com seu som vintage e dançante.

…Love You (2011) novo trabalho da banda que tem como líder Simon Love faz com que todas as referências e elementos que marcaram época pareçam tão novos quanto há quarenta ou cinquenta anos. São dez faixas delicadas, que se constroem no embalo de guitarras comportadas, doses adocicadas de teclados e vocais intercalados repletos de backing vocal e clima pop.

O disco abre com a já mencionada WTF? Uma faixa que se constrói através dos vocais de Love, uso de escaleta, teclados, guitarras bem discretas, um baixo versátil e o uso constante de palmas. Ao contrário dos primeiros lançamentos, quando o músico e líder gravava tudo praticamente sozinho, aqui é fácil perceber o sentimento de união e a presença de todos os integrantes ao fundo da composição. Na faixa seguinte, Bubblegum, esse mesmo sentimento se mantém. Um pouco mais agitada que a canção anterior, essa faixa bota o ouvinte para dançar por meio de suas guitarras divertidas e contagiantes. O melhor fica ainda para o final, quando a canção pende para um clima mais “romântico”.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=ZXEO2vVCQkw&feature=related]

Agora sob vocais femininos O! My Gawd se joga ainda mais nas camadas de teclados, aqueles típicos dos anos 60. A sonoridade abafada da canção amplia ainda mais a sensação de gravação caseira, como se você acabasse de descobrir um disco feito lá no começo da década de 1960. Em I Lost My Doll To Rock & Roll a banda chega de maneira comportada, feito que se extingue logo com a chegada de That Boy Is Mine, que por conta dos vocais femininos fica parecendo muito com The School. Essa é também a faixa em que as guitarras começam realmente a aparecer dentro do disco.

I Want Love & Affection (Not The House Of Correction) traz de volta a atomsfera dançante do começo do disco. É quase possivel imaginar garotas com vestidos de bolinha dançando ao lado de garotos de topete que bebem Milkshake. King Kong Blues dá um salto para os anos 70 e se perde em boas doses de rock psicodélico nessa que é a faixa mais distinta do álbum. Toda a “raiva” da canção é lentamente deixada de lado com a chegada de December Boy, uma dessas canções românticas e melosas para fazer as garotas se apaixonarem.

A sonoridade sutil se mantém em It’s… The End Of The World, uma faixa que começa comportada mas que logo vai ganhando contornos épicos. A letra que fala sobre o fim do mundo conta inclusive com uma “participação” mais do que especial de Jesus. A fofinha (não sei que outra definição usar para essa faixa) The Very Stars Were Meant For Us contando apenas com violão e xilofone fecha o disco delicadamente e encerrando ali a sua viagem no tempo pelos anos 60.

 

…Love You (2011)

 

Nota: 6.5
Para quem gosta de: The School, Pale Sunday e Boy Genius
Ouça: It’s… The End Of The World

Por: Fernanda Blammer

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.