Pequenos Clássicos Modernos

/ Por: Cleber Facchi 16/03/2011

MQN
Brazilian/Alternative Rock/Stoner Rock
http://www.myspace.com/mqn

 

Por: Cleber Facchi

Falar de rock alternativo no Brasil e não citar o MQN seria o mesmo que ir a uma festa open-bar sem cerveja, o mesmo que dançar sem música ou ainda fazer sexo de maneira “solitária”. Você pode realizar qualquer um dos três, sem problemas, mas sem dúvidas o resultado não será tão satisfatório. E é assim que funciona a banda de Fabrício Nobre (Voz), CJ (Guitarra), Gustavo Vazquez (Baixo) e Miranda (Bateria), uma espécie de tempero que faltava ao hard rock nacional.

Direto de Goiânia, uma cidade sitiada pelas duplas sertanejas durante os anos 90 seria mais do que natural que alguém ali se opusesse ao cenário predominante e chutasse o balde de vez. Foi o que quatro rapazes fizeram em 1997, transformando o que seria inicialmente uma banda de covers como tantas outras em praticamente um símbolo do rock nacional.

Lançado pelo selo Tratore (responsável pela distribuição de uma série de discos da música alternativa brasileira) em 2005, Bad Ass Rock And Roll é o resultado da explosão de guitarras cruas, solos rasgados, bateria espancada do começo ao fim e os vocais de Nobre sendo detonados até o estourar da última corda vocal. Composto de dez faixas o álbum carrega desde o peso do hard rock, a agilidade do punk ao uso de rifes no melhor estilo Stoner Rock.

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Se no começo de carreira o quarteto trazia toda uma carga de bandas símbolos do hard rock ou mesmo do rock clássico, como Deep Purple, Motorhead e Black Sabbath, com esse álbum a influência de Josh Homme e seu Queens Of The Stone Age mostra-se como elemento central do álbum. Leves solos psicodélicos, uma texturização maior do som e uma agressividade nada ponderada. De Come Into This Place Called Hell ao desfecho ao som de Red Pills, o quarteto leva seu som a inúmeros patamares, sendo o silêncio e a calmaria o único deles nunca explorado.

Sempre marcada por suas apresentações ao vivo, o MQN e o produtor Iuri Freiberger conseguiram traduzir toda a gritaria e o caos organizado dos shows para dentro desse disco. As letras falando sobre mulheres, bebida e diversão demonstram toda a excepcionalidade da banda em criar um clima descontraído e enérgico através de letras que não são feitas para serem cantadas, mas sim gritadas em meio a pancadarias e cabeças balançando. A banda goiana pode ser definida com uma única palavra: Rock. Nada a mais ou a menos do que isso.

O bom desempenho do trabalho faria com que o disco figurasse entre as melhores publicações de música ou cultura de todo o país, fossem elas virtuais ou físicas, levando o som do MQN a todos os cantos do país. Os shows que já eram praticamente uma celebração, sempre cheirando a sangue, suor e cerveja explodiram em efervescência. O quarteto goiano não era mais um símbolo dos grupos independentes nacionais, mas uma lenda viva do rock brasileiro.

 

Bad Ass Rock and Roll (2005)

 

Nota: 8.5
Para quem gosta de: Black Drawing Chalks e Johnny Suxx and The Fucking Boys
Ouça: Heart Of Stone

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.