Disco: “Turtleneck & Chain”, The Lonely Island

/ Por: Cleber Facchi 14/05/2011

The Lonely Island
Comedy/Hip-Hop/Pop
http://www.myspace.com/thelonelyisland

Por: Cleber Facchi

 

Se você não entende nenhuma palavra em inglês, então o trio The Lonely Island deve ser “o maior fenômeno da música pop contemporânea”, motivo mais do que justificado pelas melodias fáceis e a levada cativante produzida pelo grupo. Agora, se você compreende cada frase enunciada pelo trio californiano Andy Samberg, Akiva Schaffer e Jorma Taccone, então você sabe que além de serem o “o maior fenômeno da música pop contemporânea” os três são os caras mais engraçados da música atual e Turtleneck & Chain (2011), novo disco do projeto é apenas mais uma constatação disso.

Não se deixe enganar pelos rapazes com cara de bons moços apresentados na capa do disco, trajando suéteres azuis de gola rolê, calças brancas e óculos escuros, no que poderia ser a capa de algum álbum dos anos 60 de álbum artista da música pop. Nada passa incólume nos versos repletos de sarcasmo, conteúdo sexual, humor negro e auto-ironia criados pelo trio. Formado no começo dos anos 2000 por uma trinca de humoristas, o  The Lonely Island surge como uma contra-resposta ao que há de mais fútil e clichê no mundo da música, fazendo um som que pode até parecer sério, mas é a mais pura brincadeira.

Se você já se interessava pelas tiradas rápidas dos Beastie Boys, ou se interessava pelas letras e o conteúdo bizarro dos neo-zelandeses do Flight the Conchords, então o TLI é o artista certo para você. Se ao estrearem os californianos trouxeram Julian Casablancas, Jack Black, T-Pain e Norah Jones para dentro do cômico Incredibed (2009), com  Turtleneck & Chain, o trio volta ainda mais inspirado do que no trabalho anterior, cercados de uma gama ainda maior de “astros” da música pop que trazem todo seu “brilho” para dentro do disco.

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Para começar o trio convida Akon, como sempre carregado de auto-tune, para que este integre a quase pornográfica I Just Had Sex, soltando versos como “E foi tão bom (tão bom)/ Uma mulher me deixou colocar meu pênis dentro dela”. Achou pouco? Então que tal o sempre excelente Beck Hansen cantando ao lado do trio em Attracted To Us, exaltando que todas as garotas (brancas, negras, asiáticas, latinas e nerds) estão atraídas por eles? E se ainda achar pouco prepare para se encontrar com Snoop Dog, Santigold, Nick Minaj e Justin Timberlake, sempre acompanhados de versos ridiculamente cômicos.

E se você pensa que apenas acompanhados por outros artistas que o TLI alcança seus melhores resultados, então você ainda não viu nada. Logo no começo do álbum o trio manda Mama, uma “homenagem” à mulher mais importante da vida dos três. Porém, nenhuma se iguala à Japan, faixa escrita apenas para que os integrantes gravassem um clipe no Japão (algo que eles assumem o tempo todo), comendo nos restaurantes mais caros e bebendo das mais expansivas bebidas da Terra do Sol Nascente, sempre às custas da Universal Records (resta esperar pelo clipe).

O melhor em Turtleneck & Chain está na maneira com que o trio elabora suas faixas de maneira a soarem como verdadeiros arrasa-quarteirões da indústria fonográfica, algo que se tocasse em uma rádio comercial (o que provavelmente não irá acontecer por conta dos conteúdos das faixas) se transformaria em um verdadeiro fenômeno. Basta uma audição para que você se pegue cantarolando os versos repletos de sarcasmo do trio, só não estranhe se alguém te olhar torto enquanto “declama” versos como os encontrados em I Just Had Sex.

Turtleneck & Chain (2011)

Nota: 8.0
Para quem gosta de:  Flight the Conchords, Beastie Boys e Jon Lajoie
Ouça: I Just Had Sex e Japan

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.