Como é bom ver um artista como Pedro Bonifrate, com quase duas décadas de carreira, se mostrando tão ativo e interessante quanto nos primeiros registros autorais. E isso fica bastante evidente na inédita Cara de Pano. Mais recente criação do músico fluminense, a canção passeia por entre décadas de forma sempre inventiva, mágica. Das batidas e pianos marcados dos minutos iniciais, íntimas do pop dos anos 1960, à colorida sobreposição de ideias e estruturas cósmicas que quase evocam Pink Floyd, cada segundo dentro da composição parece transportar o ouvinte para um novo território.

E Cara de Pano não é o único acerto recente de Bonifrate. Nas últimas semanas, o ex-integrante do Supercordas revelou ao público algumas das principais composições de Corisco (2021), novo registro de inéditas do artista fluminense. É o caso da ainda recente Casiopeia, com suas guitarras delirantes que apontam para a obra de grupos como The Flaming Lips, ou mesmo Rei Lagarto, canção escolhida para anunciar a chegada do disco. O último registro autoral do músico é Mundo Encoberto (2019), álbum inspirado pelo poema Miscelânia, do trovador português Garcia de Resende (1470-1536).

Corisco (2021) será lançado em 9/7 via OAR.

Bonifrate – Cara de Pano