Ano: 2024
Selo: Batata Records
Gênero: Eletrônica, MPB, R&B
Para quem gosta de: Bruno Berle e Dadá Joãozinho
Ouça: Novas Rotinas e Pode Ligar (Foi Bom Com VC)
Ano: 2024
Selo: Batata Records
Gênero: Eletrônica, MPB, R&B
Para quem gosta de: Bruno Berle e Dadá Joãozinho
Ouça: Novas Rotinas e Pode Ligar (Foi Bom Com VC)
Leonardo Acioli, o Batata Boy, sempre pareceu seguir um conjunto de regras próprias. E isso fica bastante evidente quando apontamos os ouvidos para a sequência de obras concebidas em parceria com o cantor e compositor Bruno Berle, além, claro, de outras colaborações com diferentes nomes do cenário brasileiro. Entretanto, é quando nos aventuramos nos trabalhos em carreira solo que o produtor alagoano realmente diz a que veio, jogando com as possibilidades, ritmos e diferentes direções criativas a cada nova canção.
Mais recente criação do artista de Maceió, MAGICLEOMIXTAPE (Quando Vê, Já Foi) (2024, Batata Records) funciona como uma boa representação desse resultado. Inspirado pelo processo de transição do produtor para a cidade de São Paulo, o disco concebido em cabines de trens, viagens de aviões e quartos de hotéis destaca a capacidade do músico em transitar por diferentes estilos e colaboradores, porém, preservando a própria identidade criativa e capacidade do alagoano em organizar tudo dentro de um mesmo universo.
Da mesma forma que o trabalho com Berle, Batata Boy se concentra na produção de faixas reducionistas. São canções que ganham forma a partir da simples combinação de sintetizadores e batidas econômicas, criando pequenas brechas a serem preenchidas pelas vozes de artistas vindos dos mais variados campos da música. Composições talvez contidas em excesso, como se limitadas aos recursos e espaços que Acioli encontrou durante a realização do material, mas não menos fascinantes e capazes de encantar o ouvinte.
Exemplo disso fica mais do que evidente em Pode Ligar (Foi Bom Com VC). Enquanto a voz de Ana Frango Elétrico se transforma em um instrumento versátil nas mãos de Batata Boy, batidas inexatas avançam aos poucos, abrindo passagem para as rimas de Yung Vegan. A própria Novas Rotinas, colaboração com Vitor Milagres, posicionado na abertura do disco, sintetiza de forma eficiente tudo aquilo que o produtor busca desenvolver até o encerramento do trabalho, em Love Is Blind, única assumida inteiramente pelo alagoano.
É como se Batata Boy partisse de uma abordagem essencialmente processual, revelando composições que se montam aos poucos, um elemento de cada vez. Fragmentos instrumentais e rítmicos que dialogam com a própria poesia do trabalho, sempre orientada por temas simples do cotidiano, reflexões sobre a passagem do tempo e corriqueiras questões sentimentais. É como uma tela em branco a ser preenchida pelo artista e um vasto time de colaboradores que vai de Dadá Joãozinho à Jadsa, de Luiza de Alexandre ao amigo Berle.
Partindo dessa abordagem, Batata Boy segue de onde parou há dois anos, durante o lançamento de Entre Cidades (2022), trabalho assinado em parceria com Garbela, porém, utilizando de um acabamento ainda mais complexo e musicalmente interessante. São ideias ainda em formação, mas que já estabelecem uma série de elementos bastante característicos do produtor alagoano, direcionamento que vai do uso sempre fragmentado das batidas à manipulação dos vocais, ambientações e delicadas paisagens instrumentais.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.