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Crítica

Cérebro Eletrônico

: "Deus e o Diabo no Liquidificador"

Ano: 2020

Selo: Independente

Gênero: Rock, Rock Psicodélico, MPB

Para quem gosta de: Garotas Suecas e Supercordas

Ouça: Decência, Sóbrio e Só e Cama

9.0
9.0

Cérebro Eletrônico: “Deus e o Diabo no Liquidificador”

Ano: 2020

Selo: Independente

Gênero: Rock, Rock Psicodélico, MPB

Para quem gosta de: Garotas Suecas e Supercordas

Ouça: Decência, Sóbrio e Só e Cama

/ Por: Cleber Facchi 05/03/2020

Os versos lançados por Tatá Aeroplano logo nos primeiros minutos de Deus e o Diabo no Liquidificador (2010), terceiro álbum de estúdio do Cérebro Eletrônico, funcionam como um indicativo torto do universo de pequenos excessos desbravado pelo grupo paulistano durante toda a execução da obra. “Perdi a decência / Ontem eu perdi a noção / Perdi a compostura, a cabeça / Eu perdi a razão“, canta o vocalista da banda enquanto guitarras e sintetizadores complementares vão da jovem guarda ao rock dos anos 2000, do pop psicodélico ao experimentalismo eletrônico em uma criativa colagem de referências. Canções embriagadas por declarações de amor (Cama), viagens lisérgicas pelo centro de São Paulo (O Fabuloso Destino do Chapeleiro Louco), ou mesmo letras que refletem o completo isolamento do eu lírico (Sóbrio e Só).

Sequência ao material entregue no também delirante Pareço Moderno (2008), Deus e o Diabo no Liquidificador, como o próprio título indica, nasce da criativa colisão de ideias e referências extraídas de diferentes campos da música e cultura pop. Não por acaso, o trabalho produzido em parceria pelo experiente Alfredo Bello (DJ Tudo) e Fernando Maranho, guitarrista da banda, se abre para a chegada de nomes como Helio Flanders (Vanguart), Tulipa Ruiz, Leo Cavalcanti, Gustavo Galo (Trupe Chá de Boldo) e Dudu Tsuda (teclado). Um time seleto de instrumentistas e vozes que auxiliam o grupo paulistano, completo pela presença de Fernando TRZ (teclados, sintetizadores), Renato Cortez (baixo) e Gustavo Souza (bateria, percussão), naquele que permanece como um dos registros mais inventivos (e loucos) da música brasileira em sua fase mais recente.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.