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Crítica

Céu

: "Tropix"

Ano: 2016

Selo: Slap

Gênero: MPB, Pop, Eletrônica

Para quem gosta de: Tulipa Ruiz e Luiza Lian

Ouça: Varanda Suspensa e Perfume do Invisível

9.0
9.0

Céu: “Tropix”

Ano: 2016

Selo: Slap

Gênero: MPB, Pop, Eletrônica

Para quem gosta de: Tulipa Ruiz e Luiza Lian

Ouça: Varanda Suspensa e Perfume do Invisível

/ Por: Cleber Facchi 07/05/2020

Batidas eletrônicas, sintetizadores atmosféricos e versos consumidos pela dor. Em Tropix (2016), quarto álbum de estúdio da carreira, Céu preserva o lirismo sentimental dos registros que o antecedem, porém, estabelece no uso de reverberações sintéticas, bips e ambientações minimalistas a base para grande parte das faixas que recheiam a obra. Do momento em que tem início, em Perfume do Invisível, passando pelos arranjos eletroacústicos de Amor Pixelado e A Nave Vai, cada fragmento do disco parece trabalhado em uma medida própria de tempo, conceito que se reflete não apenas no uso instrumental da voz da própria cantora, como na arquitetura melódica assinada de forma colaborativa entre Pupillo, então baterista do Nação Zumbi, e o músico francês Hervé Salters.

Canções que utilizam da maquiagem soturna do trip-hop, porém, se entregam à essência dançante do pop dos anos 1970, como se Donna Summer e Beth Gibbons se encontrassem com Gal Costa em um clube de dança. Exemplo disso está no pop tropical de Varanda Suspensa, composição que encontra no uso destacado dos sintetizadores e batidas eletrônicas um complemento à habitual brasilidade que escorre por entre as brechas do trabalho. Um ziguezaguear de ideias e conflitos sentimentais que passa pela inusitada releitura de Chico Buarque Song, clássico do grupo paulistano Fellini, e segue em meio a preciosidades como Arrastar-te-ei e Camadas, proposta que faz de Tropix um disco que celebra o amor e as relações humanas em tempos de redes sociais e romances iluminados pela tela trincada dos celulares.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.