Ano: 2025
Selo: Dark Entries
Gênero: Eletrônica, Ambient Techno
Para quem gosta de: Shinichi Atobe e Skee Mask
Ouça: Softest, Labyrinth e Eternal Lovers
Ano: 2025
Selo: Dark Entries
Gênero: Eletrônica, Ambient Techno
Para quem gosta de: Shinichi Atobe e Skee Mask
Ouça: Softest, Labyrinth e Eternal Lovers
Convidado pela extinta marca de poppers Double Scorpio a produzir uma mix para a série DS Soundbaths, Sheki Cicelsky aproveitou para investir em um álbum repleto de composições inéditas. O resultado desse processo está em Sound Bath (2025, Dark Entries), registro de seis faixas que marca a estreia do produtor de São Francisco como Coatshek e um convite irrecusável a se aventurar em uma sauna queer imaginária.
Com o ritmo fixado em 107 BPMs, o que Cicelsky considera como ideal para o sexo, o trabalho que combina camadas de guitarras, sintetizadores labirínticos e batidas sempre calculadas diz a que veio nos primeiros minutos. Escolhida como música de abertura do registro, Softest apresenta o ambiente misterioso e o lento desvendar de sensações que se espalha em uma nuvem de vapor etérea, quente e totalmente inescapável.
Dado esse primeiro passo dentro do disco, com o ouvinte já ambientado às altas temperaturas do trabalho, Slipping destaca a construção das batidas sem necessariamente romper com a atmosfera do registro. São pouco mais de sete minutos em que o produtor brinca com a lenta inserção dos elementos, culminando em um fechamento soturno, proposta que ganha novo tratamento logo na composição seguinte, The Feelings.
Talvez reducionista em seus minutos iniciais, a faixa logo se transforma com o acréscimo erótico das vozes que passeiam pelos ouvidos como sussurros de prazer nos corredores da sauna imaginária de Cicelsky. É como um preparativo para o que se revela de forma ainda mais intensa em Triple Virgo, música que leva a produção atmosférica de Aphex Twin para um cenário psicodélico de corpos desnudos, quentes e suados.
Nada que prepare o ouvinte para a chegada de Labyrinth. Inaugurada em meio a bases reducionistas, a faixa aos poucos se transforma em uma das mais complexas do trabalho. Instantes em que Cicelsky rompe de forma intencional com a suavidade explícita nos minutos iniciais do registro para destacar não apenas as batidas, mas os sintetizadores e guitarras que soam como Manuel Göttsching em uma viagem de ácido.
Esse mesmo sentimento de euforia acaba se refletindo na música seguinte, Eternal Lovers. Escolhida para o encerramento do disco, a faixa de mais de dez minutos pode até repetir uma série de elementos explorados ao longo da obra, como as ambientações paisagísticas e bases etéreas, porém fascina pela maior imposição das batidas. Dessa forma, Cicelsky garante ao álbum um fechamento catártico, como um orgasmo sensorial que nasce do acúmulo das experiências, desejos e excitações detalhadas pelo artista ao longo do trabalho.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.