Ano: 2025
Selo: Domino
Gênero: Indie Rock
Para quem gosta de: The Strokes e Arctic Monkeys
Ouça: Audacious, Night Or Day e Hooked
Ano: 2025
Selo: Domino
Gênero: Indie Rock
Para quem gosta de: The Strokes e Arctic Monkeys
Ouça: Audacious, Night Or Day e Hooked
Mais de duas décadas após o lançamento do autointitulado disco que revelou sucessos como Take Me Out e This Fire, os membros do Franz Ferdinand continuam a investir no mesmo tipo de sonoridade altamente contagiante. Sexto e mais recente álbum de estúdio da banda encabeçado por Alex Kapranos, The Human Fear (2025, Domino) funciona como uma boa representação desse resultado. São composições que pouco avançam quando próximas dos antigos trabalhos do quinteto, porém, seduzem sem grandes dificuldades.
Posicionada na abertura do trabalho, Audacious traz de volta todos os elementos que fizeram da banda de Glasgow uma das mais queridas dos anos 2000. Enquanto os versos surgem como um chamado a encarar a realidade com coragem (“Não deixe de se sentir audacioso, não há ninguém aqui para nos salvar / Então continue”), guitarras e batidas aceleradas, soando como uma composição perdida do Arctic Monkeys, logo se encaminham para culminar em uma estrutura grandiosa, como um aceno breve para a obra dos Beatles.
Partindo desse direcionamento, Kapranos e seus companheiros de banda, Bob Hardy (baixo), Julian Corrie (teclados), Dino Bardot (guitarras) e Audrey Tait (bateria), apontam a direção seguida em estúdio durante todo o desenvolvimento do trabalho. São momentos de maior euforia e instantes de evidente contemplação que, mesmo sem grandes transformações, destacam o domínio melódico e completa fluidez do disco. Um fino repertório que parte de uma abordagem reducionista para explodir em diferentes ritmos e sensações.
Exemplo disso pode ser percebido em Tell Me I Should Stay. Inaugurada em meio a pianos melancólicos, a faixa aos poucos se transforma em uma colorida combinação de estilos que faz lembrar do som explorado pela banda em obras como You Could Have It So Much Better (2005). A própria Cats, vinda em sequência, é outra que parte de uma sobreposição sutil entre as guitarras e vozes de Kapranos, porém, se encerra de maneira grandiosa, como um acumulo natural do que há de mais característico na sonoridade do grupo.
Claro que essa abordagem paciente não interfere na entrega de canções que vão direto ao ponto. É o caso de Night Or Day, música que destaca o uso dos teclados e versos que parecem pensados para grudar na cabeça do ouvinte logo em uma primeira audição. Outra que chama a atenção é Hooked. Pronta para as pistas, a faixa não apenas segue de onde o grupo parou no disco anterior, Always Ascending (2018), como ainda resgata o caráter dançante incorporado pela banda no divertido Tonight: Franz Ferdinand (2009).
O resultado desse processo está na entrega de uma obra essencialmente equilibrada. Um repertório enxuto que vai das pistas ao doce recolhimento de forma a destacar a versatilidade do grupo escocês durante toda a execução do registro. Pouco mais de 30 minutos em que Kapranos e seus parceiros trazem de volta tudo aquilo que tem sido incorporado pelo Franz Ferdinand desde a entrega do primeiro trabalho de estúdio. É como um misto de passado e presente que mantém as atenções em alta até o último segundo do material.
Ouça também:
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.