Ano: 2025
Selo: Glassnote
Gênero: Indie Rock
Para quem gosta de: Rostam e Kevin Morby
Ouça: Knockin' Heart e This Side of the Island
Ano: 2025
Selo: Glassnote
Gênero: Indie Rock
Para quem gosta de: Rostam e Kevin Morby
Ouça: Knockin' Heart e This Side of the Island
Cinco anos após o último trabalho em carreira solo, Hamilton Leithauser está de volta com mais um novo registro de inéditas. E ele faz o que sabe de melhor. Em This Side of the Island (2025, Glassnote), o cantor e compositor norte-americano continua a mirar no pop dos anos 1960 e 1970, porém, de forma atualizada e musicalmente diversa, como uma evolução natural do lançamento anterior, The Loves of Your Life (2020).
Com produção assinada pelo artista em parceria com a própria esposa, Anna Stumpf, e Aaron Dessner, um dos membros da banda The National, This Side of the Island diz a que veio logo na canção de abertura, Fist of Flowers. Enquanto os versos destacam o romantismo de Leithauser (“Talvez você esteja livre / Mas Deus, eu queria que você estivesse aqui comigo”), harmonias de vozes e arranjos caprichados revelam o apuro que marca o trabalho do músico norte-americano desde a estreia em carreira solo com Black Hour (2014).
Apontada a direção logo nos minutos iniciais da obra, Leithauser garante ao público um trabalho livre de possíveis surpresas, porém, repleto de músicas sempre elaboradas. Em Ocean Roar, por exemplo, versos descritivos são logo acrescidos por um saxofone elegante que se articula de forma a contrastar com as vozes berradas da composição. Um jogo de pequenos encaixes que evidencia o ouvido atento do cantor.
Embora garanta ao público uma experiência de audição prazeirosa, interessante perceber nos momentos de maior ruptura criativa a passagem para algumas das melhores composições do trabalho. São canções como a enérgica Knockin’ Heart e a própria faixa-título que preservam a essência melódica de Leithauser em carreira solo e, ao mesmo tempo, trazem de volta a urgência do The Walkmen, antiga banda do músico.
Sobrevive justamente nesses instantes de libertação o estímulo para a curiosa Burn The Boats. Diferente de tudo aquilo que Leithauser apresenta no restante do trabalho, a canção deixa de mirar no pop empoeirado que há tempos embala as criações do músico para provar de outras possibilidades em estúdio. É como se o artista deixasse de evocar Roy Orbison por alguns segundos para flertar com Brian Eno e David Bowie.
Dessa forma, o cantor garante ao público uma obra que continua a dialogar com seus antigos trabalhos, mas em nenhum momento ecoa de maneira repetitiva. Mesmo quando tende ao conforto, há sempre um elemento de transformação, um grito ou acorde dissonante que conduz o registro para outras direções. Composições que partem de um acabamento nostálgico para revelar um material próprio de Leithauser.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.