Ano: 2025
Selo: Matador
Gênero: Indie Rock
Para quem gosta de: Cola e Porridge Radio
Ouça: Switch Over, 2468 e Information Content
Ano: 2025
Selo: Matador
Gênero: Indie Rock
Para quem gosta de: Cola e Porridge Radio
Ouça: Switch Over, 2468 e Information Content
Poucas coisas são tão satisfatórias quanto perceber a transformação de um artista entre um disco e outro. Exemplo disso fica mais do que evidente quando avançamos pelas canções de Phonetics On and On (2025, Matador). Segundo e mais recente trabalho de estúdio do Horsegirl, o registro segue de onde o trio parou durante a entrega de Versions of Modern Performance (2022), porém, destaca o amadurecimento do grupo.
Do maior aproveitamento dado às guitarras, passando pela escolha dos temas dentro de cada composição, evidente é o controle criativo e esforço da banda em ampliar os próprios horizontes. Em geral, são canções marcadas pelo reducionismo dos elementos em estúdio, como uma extensão natural do disco anterior, mas que acabam encontrando um ponto de ruptura que destaca o experimentalismo do trio norte-americano.
E isso tem um motivo. Para a produção de Phonetics On and On, o trio formado por Nora Cheng, Penelope Lowenstein e Gigi Reece contou com a colaboração da experiente Cate Le Bon. Conhecida por tensionar os limites do próprio trabalho, a musicista galesa possibilita que o grupo brinque com os ruídos e momentos de improviso, como no som torto de 2468, música que sintetiza parte dos elementos explorados pela banda.
Entretanto, é quando alcança um ponto de equilíbrio entre a aceleração explícita em Versions of Modern Performance e o experimentalismo do presente registro que o grupo garante ao público algumas de suas melhores criações. É o caso de Switch Over, composição que evoca nomes como Television e The Velvet Underground, porém, preservando a identidade sonora e estilo de criação tão característico do Horsegirl.
E ela não é a única. Em Information Content, por exemplo, perceba como as guitarras de Cheng vão de uma abordagem linear em seus momentos iniciais para um fechamento completamente disforme, soando como uma faixa perdida do Jim O’Rourke. Mesmo quando a banda desacelera, como em Frontrunner e Julie, há sempre um componente de mudança que conduz o trabalho para outras direções de maneira imprevisível.
Embora parta de uma abordagem exploratória, como um avanço claro em relação ao material entregue no disco anterior, Phonetics On and On nunca rompe com o que parece ser um propositado limite estrutural. Da escolha dos timbre ao uso da bateria, tudo gira em torno de um mesmo universo sonoro, proposta que, vez ou outra, esbarra em pequenas repetições, mas em nenhum momento diminui a força criativa do trio.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.