Ano: 2025
Selo: DeadAir
Gênero: Digicore
Para quem gosta de: Venturing e 100 gecs
Ouça: JRJRJR, Dreamflasher e Professional Vengeance
Ano: 2025
Selo: DeadAir
Gênero: Digicore
Para quem gosta de: Venturing e 100 gecs
Ouça: JRJRJR, Dreamflasher e Professional Vengeance
Jane Remover vive hoje a melhor fase da carreira. Depois de passar os últimos meses revelando ao público uma série de boas canções, como Magic I Want U e Flash In The Pan, além, claro, de dar vida ao novo disco do paralelo Venturing, Ghostholding (2025), a cantora, compositora e produtora original de Newark, Nova Jersey, está de volta com o terceiro e mais recente trabalho de estúdio da carreira, Revengeseekerz (2025).
Sequência ao material entregue em Census Designated (2023), o disco traz de volta uma série de elementos originalmente testados no registro entregue há dois anos, como as guitarras, sintetizadores e vozes sempre carregadas de efeitos, porém, destacando a potência e fluidez das batidas. O resultado desse processo está na entrega de uma obra que, mesmo densa, chama a atenção pelo completo dinamismo das composições.
Não por acaso, em janeiro deste ano, quando anunciou a chegada de Revengeseekerz, JRJRJR foi a música escolhida para preparar o terreno para o que ainda estava por vir. Enquanto os versos da canção propõem uma delicada reflexão sobre a própria identidade (“Posso sair com um novo rosto, mudar meu nome, então minha cidade”), batidas irregulares e sintetizadores frenéticos arremessam o ouvinte de um canto a outro.
Entretanto, é quando ouvimos o trabalho em totalidade que percebemos a força criativa de Remover. Sem tempo para descanso, a artista encaixa cada nova composição na música seguinte, criando uma sensação de homogeneidade que, vez ou outra, tende ao uso de pequenas repetições estilísticas, mas que encontra sempre um ponto de ruptura. São atravessamentos de informações que mudam de direção a todo instante.
Embora consistente, como se pensado para ser ouvido da primeira à última composição, Revengeseekerz tem seus momentos de evidente destaque. Em Psychoboost, por exemplo, são as rimas insanas de Danny Brown que se invadem a faixa. Já em Dreamflasher, é a desconstrução do R&B e incontáveis camadas de sintetizadores que orientam a canção. É como um preparativo para o que se revela de forma ainda mais interessante na intensa Professional Vengeance, música que corrompe o pop e destaca o uso das batidas.
Mesmo canções já conhecidas, como Dancing With Your Eyes Closed e JRJRJR, ganham outro significado quando observadas como parte do álbum. É como se artista não apenas consolidasse a própria identidade e caótico direcionamento estético, como fosse além, expandindo limites e revelando um domínio cada vez maior sobre o tipo de som que escolheu explorar. Em Revengeseekerz, Remover sabe o que faz – e faz alto.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.