Image
Crítica

Karina Buhr

: "Longe de Onde"

Ano: 2011

Selo: Independente

Gênero: Rock, MPB, Pop Rock

Para quem gosta de: Tulipa Ruiz e Cidadão Instigado

Ouça: A Pessoa Morre e Não Me Ame Tanto

9.0
9.0

Karina Buhr: “Longe de Onde”

Ano: 2011

Selo: Independente

Gênero: Rock, MPB, Pop Rock

Para quem gosta de: Tulipa Ruiz e Cidadão Instigado

Ouça: A Pessoa Morre e Não Me Ame Tanto

/ Por: Cleber Facchi 28/05/2020

Estreia de Karina Buhr, Eu Menti Pra Você (2010) não havia nem esfriado quando a cantora e compositora baiana entrou em estúdio para as gravações do segundo registro de inéditas da carreira, Longe de Onde (2011). Parte dessa urgência se reflete logo nos primeiros minutos do disco, na introdutória Cara Palavra. São batidas aceleradas e guitarras carregadas de efeitos que se conectam diretamente ao jogo de palavras lançado pela artista, estrutura que acaba se refletindo em outros momentos ao longo da obra, como em Guitarristas de Copacabana, Copo de Veneno e na dançante The War’s Dancing Floor. Composições que se espalham sem ordem aparente, sempre instáveis, fazendo da criativa colagem de ritmos a base para grande parte do repertório entregue pela artista que ganhou destaque na cena pernambucana com o coletivo Comadre Fulozinha.

Entretanto, a grande beleza do trabalho, assim como no registro que o antecede, está na capacidade da artista em transitar entre faixas densas e músicas deliciosamente acessíveis. É o caso da agridoce Não Me Ame Tanto, Pra Ser Romântica e Cadáver, essa última, um misto de reggae e pop ensolarado que chama a atenção pela poesia contemplativa em que discute saúde mental – “Sua dúvida é produto da sua escravidão / Mantenha então / Sua sanidade em defesa do seu estômago“. Instantes em que Buhr preserva e ao mesmo tempo perverte parte do repertório entregue em Eu Menti Pra Você, direcionamento que se completa pela presença de velhos colaboradores, como Fernando Catatau (guitarra), Edgard Scandurra (guitarra), Guizado (trompete) e os produtores Mau (baixo) e Bruno Buarque (bateria).



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.