Ano: 2025
Selo: Atlantic / Owsla
Gênero: Eletrônica
Para quem gosta de: Fred Again e 100 gecs
Ouça: Look At You, Zeet Noise e Morja Kaiju VIP
Ano: 2025
Selo: Atlantic / Owsla
Gênero: Eletrônica
Para quem gosta de: Fred Again e 100 gecs
Ouça: Look At You, Zeet Noise e Morja Kaiju VIP
Nunca antes Skrillex pareceu tão vivo quanto em Fuck U Skrillex You Think Ur Andy Warhol But Ur Not (2025, Atlantic / Owsla). Primeiro registro de inéditas do norte-americano após a sequência formada por Quest For Fire (2023) e Don’t Get Too Close (2023), o trabalho feito para ser apreciado da primeira à última faixa mostra um artista que continua a dialogar com o próprio passado, porém, sempre atento ao presente.
São acenos ao repertório entregue em Scary Monsters and Nice Sprites (2010), instantes em que o artista esbarra no mesmo pop eletrônico do paralelo Jack Ü e canções que estreitam laços com velhos parceiros criativos sem necessariamente tender à nostalgia barata. A própria escolha em trabalhar tudo de maneira fragmentada, em músicas de poucos segundos, impossibilita qualquer forma de saudosismo oportunista.
Tudo é tão rápido e estruturalmente dinâmico que é difícil acreditar que estamos em posse de um extenso repertório de 34 canções. Basta um momento breve de desatenção e já chegamos na derradeira Azasu. É como se cada composições não apenas engatasse na faixa seguinte, como abrisse passagem, criando uma sensação de fluidez e espontaneidade típica de uma apresentação ao vivo, e não de um álbum de estúdio.
Embora feito para ser absorvido do início ao fim, seu pausas, Fuck U Skrillex You Think Ur Andy Warhol But Ur Not tem seus momentos de destaque. Em Morja Kaiju VIP, por exemplo, são sintetizadores e batidas frenéticas que não apenas dialogam, como atualizam o que o produtor apresentou uma década antes. A própria Andy, com samples de U Don’t Know Me (Like U Used To), de Brandy, é outra que chama a atenção.
Entretanto, é quando estreita laços com diferentes parceiros criativos que Skrillex realmente leva o registro para outras direções. É o caso de Zeet Noise, intensa parceria com Dylan Brady (100 gecs) e Boys Noize em que se entrega às pistas em um diálogo torto com o techno. Nada que prepare o ouvinte para Look at You, canção que desacelera por alguns instantes para destacar as melodias etéreas de Jónsi, líder do Sigur Rós.
Surgem ainda convidados como Starrah, Njomza e Joker que, mesmo imersos no universo criativo proposto por Skrillex, levam o trabalho para outras direções. São ideias e atravessamentos constantes, proposta que talvez dificulte a criação de laços entre o ouvinte e o álbum, como se tudo fosse exageradamente frenético e efêmero, mas que acaba seduzindo justamente pela urgência, surpresa e impacto como tudo se resolve.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.