Ano: 2024
Selo: Frase Records
Gênero: Indie Rock
Para quem gosta de: Exclusive Os Cabides e Varanda
Ouça: Nostalgia, Cabelo e Querendo Um Tempo
Ano: 2024
Selo: Frase Records
Gênero: Indie Rock
Para quem gosta de: Exclusive Os Cabides e Varanda
Ouça: Nostalgia, Cabelo e Querendo Um Tempo
Em novembro do último ano, quando os integrantes da Supervão revelaram Nostalgia, a direção apontada pela banda gaúcha parecia bastante clara. Longe da produção eletrônica que vinha orientando as criações do projeto durante todo o período pandêmico, como no EP Depois do Fim do Mundo (2020), Mário Arruda e Leonardo Serafini estabeleceram na potência das guitarras e batidas uma passagem direta para o indie rock produzido nos anos 2000, conceito que se expande em Amores e Vícios da Geração Nostalgia (2024).
Segundo e mais recente trabalho de estúdio da banda gaúcha, o sucessor de Faz Party (2019) usa de uma abordagem altamente referencial e nostálgica, contudo está longe de sucumbir ao saudosismo barato de outros exemplares do gênero. São ecos de artistas como The Strokes, Arctic Monkeys e LCD Soundsystem, mas que a todo momento esbarram em questões sentimentais, dores e experiências bastante particulares, preservando a identidade criativa da dupla de São Leopoldo que já contabiliza quase dez anos de carreira.
Exemplo disso fica bastante evidente na própria música de abertura do registro, Love e Vício em Sunshine. Do jeito de cantar, que instantaneamente remete a Julian Casablancas em You Only Live Once, passando pelo timbre e tratamento dado às guitarras, tudo parece pensado para conduzir o ouvinte em direção ao passado. É como um empoeirado pano de fundo instrumental e estilístico, mas que nunca se sobrepõe à construção dos versos, sempre marcados pelo notável aspecto confessional, dialogando com o público.
Esse mesmo direcionamento volta a se repetir em outros momentos ao longo do trabalho. É o caso de Noia York, música que vai de Fake Tales Of San Francisco a New York, I Love You but You’re Bringing Me Down sem necessariamente corromper a essência e fino toque de bom humor que há tempos orienta as canções da banda gaúcha. Um misto de passado e presente, reverência e reinterpretação, proposta que embala a experiência do ouvinte até os minutos finais do registro, no som reducionista da faixa Geração Nostalgia.
Embora essa relação com o passado seja incorporada de maneira inteligente durante toda a execução da obra, interessante perceber nos momentos em que a dupla mais se distancia desse resultado a passagem para algumas das melhores composições do disco. É o caso de Querendo Um Tempo, parceria com Papisa que não apenas desacelera, como leva o trabalho para outras direções. O mesmo pode ser percebido em Cabelo, colaboração com Andrio Maquenzi, da Superguidis, que revela a potência da banda em estúdio.
São diferentes propostas criativas e direções a serem exploradas, mas que em nenhum momento perdem o controle, evidenciando o refinamento da dupla durante toda a execução do trabalho. Instantes em que Arruda e Serafini seguem de onde pararam há cinco anos, com o lançamento de Faz Party, confessam algumas de suas principais inspirações e ainda aproveitam para estreitar laços com outros parceiros, ampliando de forma significativa tudo aquilo que a Supervão tem incorporado desde o início da carreira.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.