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Crítica

Terno Rei

: "Violeta"

Ano: 2019

Selo: Balaclava Records

Gênero: Indie Rock, Dream Pop, Pop Rock

Para quem gosta de: Adorável Clichê e Marrakesh

Ouça: Dia Lindo, Medo e Yoko

8.8
8.8

Terno Rei: “Violeta”

Ano: 2019

Selo: Balaclava Records

Gênero: Indie Rock, Dream Pop, Pop Rock

Para quem gosta de: Adorável Clichê e Marrakesh

Ouça: Dia Lindo, Medo e Yoko

/ Por: Cleber Facchi 03/04/2020

Da estreia com Vigília (2014), passando pela isolamento de músicas como Trem Leva Minhas Pernas e doce melancolia de Essa Noite Bateu Com Um Sonho (2016), cada novo registro entregue pelos paulistanos da Terno Rei, grupo formado por Ale Sater (voz e baixo), Bruno Paschoal (guitarra), Greg Vinha (guitarra) e Luis Cardoso (bateria), parecia indicar o permanente amadurecimento criativo do quarteto. Nada que se compare ao material entregue no agridoce Violeta (2019). Ponto de equilíbrio entre o som empoeirado dos primeiros registros autorais e a busca por um repertório cada vez mais acessível, o álbum produzido em parceria com Gustavo Schirmer (Marrakesh) e Amadeu De Marchi, encontra em desilusões amorosas, medos e inquietações compartilhadas pela banda um precioso elemento de diálogo com o ouvinte.

São versos que transitam entre a dor e a celebração, a descoberta de um novo amor e o isolamento, indicativo da cor sóbria que dá título ao álbum, uma cominação entre a frieza do azul e a quentura abrasiva do vermelho. “E a previsão de tempo errada / Diz que o dia hoje seria frio / Mas hoje fez um dia quente / Hoje fez um dia lindo“, canta Sater, em Dia Lindo, composição que parece jogar com os instantes, como uma síntese da vulnerabilidade que rege o disco. Canções ancoradas em recordações dolorosas (93, Estava Ali), momentos de profunda entrega sentimental (Yoko, Vento na Cara) ou mesmo faixas marcadas pelo desejo de mudança (Medo, Luzes de Natal), proposta que amplia de maneira significativa tudo aquilo que a banda vinha testando desde a estreia com Vigília. Um permanente olhar para o passado, conceito que se reflete no uso de melodias nostálgicas e diálogos com o rock dos anos 1980, mas que em nenhum momento deixa de seguir em frente, encontrando no futuro idealizado um importante componente de transformação.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.