The Elected
Indie Pop/Alternative/Folk
http://www.myspace.com/theelected
Por: Fernanda Blammer
“Eu nasci para te amar/ Te amar/ Te amo/ E eu te amarei/ até que você me ame também”. É dentro desse jogo de versos amorosos e quase pueris que a dupla encabeçada por Blake Sennett, ex-integrante (?) do Rilo Kiley e Mike Bloom, músico de apoio de uma série de diferentes bandas norte-americanas dão vida ao mais recente álbum do The Elected, Bury Me In My Rings (2011, Vagrant Records). Acompanhados de melodias doces, coros de vocais femininos e refrões açucarados, o duo desenvolve um álbum para indivíduos de coração frágil e uma trilha sonora para o encontro de casais.
Quem estava acostumado ao se deparar com o trabalho de Sennett através do Rilo Kiley -, quase sempre oculto em meio sonorizações melancólicas e letras ainda mais entristecidas, em sua quase totalidade frutos do coração partido de Jenny Lewis – talvez leve um tempo até se acostumar ao atual trabalho do músico. Nada do que é desenvolvido dentro das 12 canções que compõem o álbum parecem se aproximar dos grandes clássicos de sua anterior banda, o que traz ineditismo ao trabalho do músico e também carência pela ausência da mesma intensidade encontrada em suas anteriores composições.
Embora Bury Me In My Rings surja como o trabalho de maior destaque através do The Elected – talvez pela notícia do término do Rilo Kiley -, a banda já existe desde 2004 e conta com dois outros trabalhos de estúdios, Me First de 2004 e Sun, Sun Sun de 2006, ambos lançados pela Sub Pop. De casa nova (o novo álbum chega através da Vagrant Records) e reproduzindo uma sonoridade ainda mais acessível que a manifesta em seus álbuns anteriores, a banda parece ter encontrado o tipo de som e um lirismo que deve catapultar o grupo para junto de um grupo de artistas mais comerciais e próximos do grande público.
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Diferente do que era propagado dentro dos dois primeiros álbuns da banda, Bury Me In My Rings se apoia na construção de composições fáceis, versos grudentos e uma instrumentação arquitetada de maneira a encantar o ouvinte. Embora isso se evidencie como um claro acerto dentro da carreira comercial da banda, que deve agregar um novo número de ouvintes por conta da acessibilidade do trabalho, a busca por uma sonoridade mais fácil traz consigo uma série de erros, com o grupo se concentrando em cima de composições excessivamente simples e que podem afastar alguns ouvintes mais antigos, interessados pelo que o grupo elaborava anteriormente.
Além da visível aproximação com a música pop e radiofônica, em seu novo álbum o The Elected bebe vigorosamente dos primeiros álbuns do Belle and Sebastian, além de todo um variado número de grupos de indie pop ligados ao cenário sueco. O som demasiado doce e simplista, como o que é anunciado por faixas como Look At Me Now ou When I’m Goin funciona como uma verdadeira faca de dois gumes, sendo capaz de agradar qualquer indivíduo fascinado pelas redundâncias da música pop, mas capaz de causar constrangimentos a qualquer um capaz de ver e ouvir a música para além desses mesmos limites.
Mesmo que não seja difícil ouvir o álbum na íntegra, afinal, a suavidade do trabalho e suas melodias adocicadas fazem com que ele passeie livremente pelos ouvidos, quem busca por algo além do básico deve passar longe do novo álbum do The Elected. É provável que sua sonoridade açucarada funcione de forma mais natural aos ouvintes apaixonados, entretanto, mesmo para estes o álbum ainda deixa muito a desejar.
Bury Me In My Rings (2011, Vagrant Records)
Nota: 6.0
Para quem gosta de: Rilo Killey, Gruff Rhys e Jenny and Johnny
Ouça: Who Are You?
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.