Disco: “Computer and Blues”, The Streets

/ Por: Cleber Facchi 05/02/2011

The Streets
British/Hip-Hop/Rap
http://www.myspace.com/thestreets

A invasão norte-americana ao Afeganistão, a estreia de Star Wars – O Ataque dos Clones, o Timor-Leste conseguindo sua independência e mais uma infinidade de acontecimentos importantes (ou nem tanto) que se concretizaram em 2002. No meio desse turbilhão de elementos e fatos que movimentaram aquele ano, no Reino Unido era lançado no dia 25 de março Original Pirate Material, o primeiro álbum da carreira de Mike Skinner, ou como passou a ser conhecido: The Streets.

A primeira vista nada demais: Um rapper britânico branco, que assim como outros ao longo da história da música buscava o reconhecimento através de seus versos. Mas o que fazia dele diferente desses tantos outros, o que fez com que alguém tão “comum” logo caísse nas graças da crítica e do público alternativo, estendendo sua fama para além do velho mundo? A resposta para todas essas dúvidas pode ser alcançada no mais recente lançamento de Skinner, Computers and Blues (2011), o quinto e último trabalho do britânico como Streets.

Basta ouvir Outside Inside, faixa que abre o disco. A composição segue em meio a efeitos de voz futurísticos através da voz auto-tunada do rapper, entram as batidas, um trompete sampleado ao fundo, um solo de guitarra em looping e então as rimas. O som e os vocais vêm limpos, mesmo com todas as camadas eletrônicas ao fundo. Um misto de Grime com acordes marcados de guitarras eletrônicas vão conduzindo a curta faixa. É diferente. Não tem a mesma carga do rap norte-americano, nada de toques de Black Music, parece muito mais… Rock. Um pouco de IDM e música pop completam as referências. E assim, de repente a canção acaba, mas permanece a sensação de que uma avalanche de múltiplos elementos e influências passaram por você.

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E é justamente nisso que se concretiza não só o novo álbum de Mike Skiner, mas toda sua discografia. Nesses quase dez anos rimando, o produtor nos presenteou com finidade de faixas que se dissolvem em uma infinidade de sons, texturas, referências e elementos que quando postos sob as batidas se traduzem naquilo que é o The Streets.

Computers and Blues não poderia dar um encerramento mais justo ao trabalho desenvolvido por Skiner nesses anos todos. As pitadas de rock alternativo, a sempre assumida paixão pela música eletrônica, a coleção de samplers, participações e efeitos de som que sempre agraciaram os discos anteriores estão aqui. O fim do The Streets não deve de forma alguma significar o fim da carreira do rapper em outros projetos ou trabalhando na produção de outros álbuns. O britânico ainda tem muito que nos presentear com seu som, mas enquanto nada novo chega, aproveite com o que já está gravado e principalmente esse último lançamento.

Computers and Blues (2011)

Nota: 7.1
Para quem gosta de: Dizzee Rascal, Plan B e Burial
Ouça: Going Through Hell

Por: Fernanda Blammer

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.