Beastie Boys
Hip-Hop/Rap/Alternative
http://hotsaucecommittee.com/
Por: Fernanda Blammer
E os Beastie Boys finalmente estão de volta, após sete anos sem nenhum disco com versos inéditos – The Mix-Up (2007) era um álbum apenas de faixas instrumentais – o trio formado por Mike D, MCA e Ad-Rock retorna não apenas com um dos discos mais divertidos do ano, mas um dos melhores registros de toda a carreira do grupo. Inspirados por boas doses de música eletrônica, autotunes e bem desenvoltas guitarras, o grupo nova-iorquino mostra que o tempo e as adversidades pelas que passaram não formam suficientes para abalar o bom humor e nem sua criatividade.
Hot Sauce Committee Part Two (2011) é um disco que já começa diferente, afinal, como pode um álbum iniciar pela parte dois antes da primeira parte? A resposta para esse pequeno “problema” é muito mais técnica do que uma brincadeira do trio em si. Por conta do câncer de Adam “MCA”, a primeira parte acabou temporariamente sendo deixada de lado, assim, resolvido o problema com a doença do músico, os três passaram a trabalhar na sequência do disco, que acabou se convertendo nas 16 faixas do presente trabalho.
A cada nova audição fica mais do que perceptível a ligação deste com determinados trabalhos lançados em meados dos anos 90, quando o trio vivia seu ápice de criatividade. Há todo momento pulam referências, que vão desde Check Your Head (1992), nos primórdios do disco, à Ill Communication (1994), próximo do fechamento. Porém é o clássico Hello Nasty (1998), disco de fato popularizou o grupo para além de seus seletos seguidores e que deixa suas maiores influências ao longo deste oitavo álbum do grupo.
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Da primeira à última faixa o que se percebe é uma sucessão de faixas que remetem diretamente a canções como Intergalatic, Body Movin e Remote Control, quase como uma espécie de sequência do clássico disco de 98. Tanto na maneira como os samplers e as batidas são conduzidos, como nas leves inserções de música eletrônica, o Beastie Boys acaba soando como um Daft Punk do hip-hop, como se a dupla francesa ganhasse um novo integrante e resolvesse partir para uma carreira no rap, e claro, com o melhore resultado possível.
Além do trio, quem chega para dar complemento a esse novo trabalho é o rapper conterrâneo Nas, que através da faixa To Manny Rappers cria um dos melhores momentos do álbum. Dando um toque mais “feminino” ao trabalho, Santigold chega para embelezar Don’t Play No Game That I Can’t Win, que consegue angariar uma climatização voltada à Blaxploitation, além de soar como uma espécie de “lado b” da estreia da cantora.
Mais do que um “novo disco do Beastie Boys”, Hot Sauce Committee Part Two soa como um álbum verdadeiramente entusiasmado, feito de maneira a ser apreciado sequencialmente. A pausa forçada pela qual o trio (e mesmo o público) teve de passar apenas contribuiu para que o trabalho envelhecesse um pouco mais e consequentemente pudesse ser melhor apreciado. Se essa é apenas a parte “dois” do projeto, o que dirá a parte “um”?
Hot Sauce Committee Part Two (2011)
Nota: 8.0
Para quem gosta de: Beck, Run D.M.C. e De La Soul
Ouça: Make Some Noise
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.