Image
Críticas

Destroyer

: "Kaputt"

Ano: 2011

Selo: Merge

Gênero: Indie Rock, Soft Rock

Para quem gosta de: The New Pornographers e Bon Iver

Ouça: Blue Eyes e Bay Of Pigs

8.8
8.8

Disco: “Kaputt”, Destroyer

Ano: 2011

Selo: Merge

Gênero: Indie Rock, Soft Rock

Para quem gosta de: The New Pornographers e Bon Iver

Ouça: Blue Eyes e Bay Of Pigs

/ Por: Cleber Facchi 03/01/2011

Você provavelmente deve conhecer o The New Pornographers, certamente deve até ter algumas faixas ou a discografia completa do grupo canadense em sua estante ou no seu computador. Mas e o Destroyer? Nunca ouviu falar? Pois saiba que este é o projeto paralelo de Dan Bejar, um dos Pornographers que nas horas vagas atua com seu pop elegante e acaba de nos presentear com seu mais recente lançamento: Kaputt (2011).

O projeto é anterior até ao grupo “principal” de Bejar (que também participa do Swan Lake) e se mune de guitarras indie típicas dos demais projetos do músico, mas que agrega aqui uma delicada sofisticação em suas composições.

Através da inserção de um arranjo discreto de metais Kapput nos transporta para dentro de sua aura vintage repleto de elementos jazzísticos. A base para o Destroyer é a musicalidade próxima do Baroque Pop, porém suas composições se distinguem e vão buscar inspiração nos grandes mestres do Jazz como Miles Davis (principalmente), John Coltrane e Chat Baker além de uma passeio pelo Soft Rock dos anos 70.

A opção por tal sonoridade fica marcada já na primeira faixa do álbum, Chinatown, em que um suntuoso solo de trompete rasga a canção e apresenta ao ouvinte a principal marca do disco. O clima ameno passa ainda por Blue Eyes com suas guitarras calmamente distorcidas, uma bateria abafada e o já companheiro trompete soando alto em sua execução.

A introspecção é rompida com Savage Night At The Opera, em que as guitarras definitivamente tomam forma e se desenvolvem acompanhadas pelos ecos de sintetizadores discretos. Contudo, na canção seguinte, Suicide Demo For Kara Walker, a atmosfera climática das faixas anteriores marca seu retorno. São mais de oito minutos de instrumentação tranquila, agora com o acréscimo de flautas, e com aquele toque delicado do álbum.

Com Poor In Love o grupo explora um aspecto mais minimalista do disco que aos poucos ganha elementos que catapultam moderadamente a faixa. Aqui é a voz de Bejar que vem para engrandecer a faixa que termina com guitarras moderadas e uma bateria seca e eficiente. Com a faixa título, Kaputt, são os anos 80 que se fazem presente. A bateria eletrônica em eco com alguns sintetizadores e programações eletrônicas dá um toque típico à faixa.

Em Downtown e Song Of America o grupo deixa de lado as canções afáveis e desenvolve mais sua instrumentação. Entretanto o trompete marcante e a aura de sofisticação ainda estão lá. Algumas guitarras esporádicas vêm para acrescentar a massa sonora produzida pela banda.

Se até ali o Destroyer já havia se mostrado uma excelente banda em matéria de instrumentação, com a épica Bay Of Pigs a banda dá um fechamento mais do que digno ao disco. Com mais de 11 minutos a faixa abre de maneira obscura, até que simpáticos sintetizadores e a voz Bejar comecem a alterá-la. Depois de quase cinco minutos de instrumentação climática, novos elementos vão se agregando, até que subam os teclados fazendo com que o ritmo se reverta e transforme-se em um desfecho discreto e tão marcante quantos as demais faixas do álbum.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.