Kendrick Lamar: “The Blacker The Berry”

/ Por: Cleber Facchi 10/02/2015

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A relação de Kendrick Lamar com uma sonoridade mais “pop” durante o lançamento do single I em nada parece ter comprometido o trabalho do rapper dentro de outras composições. De volta ao mesmo território sombrio, porém, acessível inaugurado em Section.80 (2011), Lamar consegue transformar a recém-lançada The Blacker The Berry em uma de suas criações mais complexas e densas.

Como um reforço aos temas autorais de good kid, m.A.A.d city (2012), cada instante do novo trabalho se converte em um exercício de interpretação do universo particular do rapper, capaz de discutir intolerância racial e possíveis falhas (do próprio artista) com a comunidade negra estadunidense em um mesmo cercado lírico. “Você me odeia, não é? Eu sei que você me odeia tanto quanto odeia a si mesmo“, despeja Lammar em resgate dos temas que atravessam os comentários feitos durante a onda de protestos na cidade de Ferguson, em 2014, até referências ao contraditório som “comercial” de I.

Ainda que trabalhada em uma estrutura “econômica” quando comparada ao último single do rapper, a canção de fluência versátil – assinada por Boi-1da – estabelece de maneira precisa toda a base musical do próximo disco de Lammar, ainda sem título e data de lançamento, porém, previsto para 2015.

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Kendrick Lamar – The Blacker The Berry

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.