Mesmo com mais de três décadas de carreira, o Lambchop segue como um dos projetos mais inventivos da cena norte-americana. E isso se reflete em toda a sequência de obras apresentadas pelo grupo estadunidense ao longo da última década. Do refinamento estético que toma conta de Mr. M (2012), passando pelo diálogo com a produção eletrônica em Flotus (2016) e This (Is What I Wanted to Tell You) (2019), sobram registros em que Kurt Wagner e seus parceiros de banda parecem testar os próprios limites em estúdio, conceito que volta a se repetir com a chegada de Showtunes (2021).

Delicado, como tudo aquilo que a banda original de Nashville, Tennessee, tem produzido desde o amadurecimento artístico em Nixon (2000), o álbum de oito faixas ganha forma em meio a captações acústicas que se completam pelo uso de inserções sintéticas e momentos de maior diálogo com a produção eletrônica. Exemplo disso pode ser percebido em toda a série de faixas apresentadas por Wagner nas últimas semanas, caso de A Chef’s Kiss e Fuku. São composições que ganham forma em uma medida própria de tempo, cuidado que se reflete até a derradeira The Last Benedict. Ouça:

Lambchop – Showtunes