Versos confessionais, arranjos diminutos e composições marcadas pelos detalhes. É exatamente isso que você encontra em Hannah (2020), quarto e mais recente álbum de estúdio da cantora e compositora norte-americana Hannah Read, a Lomelda. Marcado pelo reducionismo dos elementos, o trabalho que conta com distribuição pelo selo Double Double Whammy, por onde passaram nomes como Mitski e Frankie Cosmos, reflete o amadurecimento da Texana, transformação evidente em uma série de músicas já conhecidas, como It’s Infinite, Wonder e a ainda recente Hannah Sun.

Por vezes íntimo do material entregue pelo Big Thief, em U.F.O.F. (2019 e Two Hands (2019), o álbum de 14 faixas confessionais concentra tudo aquilo que a musicista tem produzido desde o início da década passada. São músicas como Stranger Sat by Me, Hannah Happiest, Sing for Stranger e todo um fino repertório que encontra em experiências vividas pela própria musicista um precioso elemento de diálogo com o próprio ouvinte. Instantes em que a artista norte-americana aponta para a produção caseira da década de 1990, porém, preservando a própria identidade e força criativa.

Lomelda – Hannah