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Críticas

Beach House

: "B-Sides and Rarities"

Ano: 2017

Selo: Sub Pop

Gênero: Dream Pop, Indie

Para quem gosta de: Lower Dens e Deerhunter

Ouça: Chariot e Baseball Diamond

7.5
7.5

Resenha: “B-Sides and Rarities”, Beach House

Ano: 2017

Selo: Sub Pop

Gênero: Dream Pop, Indie

Para quem gosta de: Lower Dens e Deerhunter

Ouça: Chariot e Baseball Diamond

/ Por: Cleber Facchi 11/07/2017

Sobrevive na rica discografia do Beach House um dos principais (e mais complexos) acervos da música recente. Uma verdadeira coleção de clássicos que passa pelas ambientações caseiras dos dois primeiros álbuns de estúdio da dupla, Beach House (2006) e Devotion (2008), alcança a maturidade na dobradinha composta por Teen Dream (2010) e Bloom (2012), tentando sobreviver para além dos próprios limites na articulação paralela gerada em Depression Cherry e Thank Your Lucky Stars, ambos lançados em 2015.

Em B-Sides and Rarities (2017, Sub Pop), primeira coletânea de sobras do projeto comandado por Victoria Legrand e Alex Scally, um olhar atento sobre as pequenas brechas desse universo autoral. São 14 composições, parte expressiva delas já conhecidas do público fiel da banda, porém, nunca antes apresentadas com maior qualidade na captação dos arranjos e vozes. Fragmentos coletados em mais de uma década de carreira e agora organizados dentro de um mesmo trabalho.

Centrado em sua maioria no período que vai de 2010 até o exercício que marca os dois últimos registros em estúdio da dupla de Baltimore, B-Sides and Rarities sustenta na obra-prima do Beach House, Teen Dream, o principal componente  para a formação do trabalho. São músicas como The Arrangement, Baby e 10 Mile Stereo (Cough Syrup Remix), originalmente lançadas como b-sides dos singles Norway e Zebra, decisão que garante maior homogeneidade ao primeiro ato do registro.

Do mesmo universo criativo surge ainda a primeira versão para Used to Be, composição originalmente entregue ao público em 2008, porém, finalizada apenas dois anos mais tarde, durante o lançamento de Teen Dream. Produto do mesmo álbum, a já conhecida (e agora atualizada) versão de Norway no iTunes Session, projeto gravado ao vivo e completo com a inserção de White Moon, música conhecida apenas dentro da performance da dupla norte-americana para a mesma série.

Entre fragmentos isolados, caso da curiosa versão para Play the Game, clássico do Queen gravado especialmente para a coletânea Dark Was the Night (2009), e Saturn Song, música produzida para o projeto The Space Project (2012), Legrand e Scally entregam ao público duas composições inéditas. De um lado, a crescente Chariot, música de abertura do disco, no outro, o som enevoado de Baseball Diamond. Músicas que acabaram de fora no corte final dos dois último trabalhos da dupla.

Documento necessário da história recente do Beach House, B-Sides and Rarities pinta um precioso quadro instrumental e poético do material produzido nos últimos dez anos pela banda. Um trabalho que peca pela parcial ausência de novidade – são apenas duas canções inéditas dentro de um mar de faixas já conhecidas –, porém, encanta pela forma como diferentes fases e transformações musicais podem ser observadas mesmo em um curto espaço de tempo.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.