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Críticas

Mannequin Trees

: "Daydream"

Ano: 2018

Selo: Balaclava Records

Gênero: Indie Rock, Dream Pop

Para quem gosta de: My Magical Glowing Lens e Frabin

Ouça: Tonight, Follow Me e Small Talk

7.5
7.5

Resenha: “Daydream”, Mennequin Trees

Ano: 2018

Selo: Balaclava Records

Gênero: Indie Rock, Dream Pop

Para quem gosta de: My Magical Glowing Lens e Frabin

Ouça: Tonight, Follow Me e Small Talk

/ Por: Cleber Facchi 18/10/2018

Em Daydream (2018, Balaclava Records), sonho e realidade se confundem a todo instante. Primeiro álbum de estúdio da banda sergipana Mannequin Trees, o trabalho que conta com produção e mixagem assinada pelo vocalista e líder Ícaro Reis segue exatamente de onde o grupo parou no último ano, durante o lançamento de um homônimo EP de quatro faixas. Vozes submersas, conflitos intimistas e melodias ancoradas no pop psicodélico dos anos 1980, base para cada uma das dez músicas que recheiam o presente disco.

Parcialmente livre da letargia expressa durante a composição de faixas como A Little Closer e Sorry, Daydream sustenta no dinamismo das guitarras e batidas bem-direcionadas os principais elementos para o natural crescimento do trabalho. São melodias sobrepostas, sintetizadores pontuais e vozes que conduzem a experiência do ouvinte de forma intensa até o último instante da obra, em So Close, Yet So Far, música guiada pela firmeza da bateria.

Exemplo disso está em Small Talk. Uma das primeiras composições do álbum a serem apresentadas ao público, a faixa ganha forma aos poucos, revelando guitarras marcadas pela completa versatilidade dos arranjos, vozes em coro e sintetizadores que surgem em momentos estratégicos. Um som pegajoso, pop, preferência que ecoa com naturalidade na faixa-título do disco, música que partilha do mesmo dream pop melódico de estrangeiros como Beach Fossils em Wild Nothing.

Claro que essa propositada aceleração não interfere na produção de faixas menos enérgicas e naturalmente contidas. É o caso de Tonight, música que preserva o mesmo detalhismo do restante da obra, porém, de forma contemplativa, revelando melodias e vozes que parecem trabalhadas para cercar o ouvinte. Uma ponte involuntária entre o material entregue pelo Mannequin Trees durante a produção do último EP de inéditas da banda e as canções do presente álbum.

Surgem ainda composições So Long… Goodbye, Changes and Chances,She’s An Unknown e a já conhecida Follow Me, em que Reis e os parceiros de banda parecem testar os próprios limites dentro de estúdio, mudando de direção a todo instante, de forma sempre curiosa. Variações instrumentais e melódicas que se espalham em meio a versos confessionais, ora centrados e experiências reais do vocalista, ora mergulhados em temas contemplativos.

Passagem direta para um universo próprio da banda sergipana, conceito reforçado logo na imagem de capa e série de ilustrações produzidas por Ekatrine Garoufalis para o material de divulgação da obra, Daydream cresce como um típico disco de estreia. São fragmentos extraídos de diferentes campos da música, ideias e sentimentos que se entrelaçam de forma criativa, como uma extensão segura de tudo aquilo que o Mannequin Trees vem experimentando desde o início da carreira.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.