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Ano: 2018

Selo: Frenchkiss Records

Gênero: Rock Alternativo, Synthpop

Para quem gosta de: St. Vincent e Cate Le Bon

Ouça: In Between Stars e Make Me a Song

7.5
7.5

Resenha: “Rebound”, Eleanor Friedberger

Ano: 2018

Selo: Frenchkiss Records

Gênero: Rock Alternativo, Synthpop

Para quem gosta de: St. Vincent e Cate Le Bon

Ouça: In Between Stars e Make Me a Song

/ Por: Cleber Facchi 11/05/2018

Estranho pensar que mesmo próxima de completar duas décadas de carreira, Eleanor Friedberger nunca esteve perto de alcançar o mesmo sucesso e boa repercussão de nomes como Annie Erin Clark (St. Vincent), Victoria Legrand (Beach House) e tantas outras artistas que claramente buscaram inspiração nos trabalhos da cantora e compositora norte-americana. Uma extensa e rica discografia, porém, descoberta apenas por uma parcela mínima do público.

Quarto e mais recente álbum de inéditas em carreira solo, Rebound (2018, Frenchkiss Records) talvez seja o trabalho que a artista de Illinois mais se aproxima do público médio. Sem necessariamente perverter a essência experimental que vem explorando desde a boa fase com o The Fiery Furnaces, projeto assumido em parceria com o irmão Matthew, Friedberger usa de pequenos artifícios melódicos e diálogos com o pop rock dos anos 1980 para seduzir o ouvinte.

Perfeita síntese de Rebound está no pop descomplicado de In Between Stars, quarta faixa do álbum. Inicialmente composta para o amigo Bradford Cox (Deerhunter), com quem Friedberger trabalharia na produção do disco, a canção se espalha e cresce de forma radiante, revelando harmonias de vozes, arranjos e versos que refletem a poesia detalhista da cantora, sempre ancorada em uma série de elementos mitológicos e questionamentos pessoais.

Aconteceu há muito tempo / Nós não sabemos quando ou como / Ninguém sabe o que estamos fazendo aqui mesmo agora … No começo você não podia / Não, você não amava o suficiente / E depois, você amava demais“, canta Friedberger, revelando o aspecto intimista e profunda entrega durante toda a execução da obra. Frações poéticas que refletem a alma, medos, angústias e confissões românticas, como uma extensão do material apresentado nos antecessores Last Summer (2011), Personal Record (2013), New View (2016).

A principal diferença em relação aos antigos trabalhos de Friedberger está na esforço da cantora em explorar cada fragmento instrumental e poético de forma a seduzir mesmo o ouvinte mais desavisado. Difícil não se deixar conduzir pelos sintetizadores e vozes melódicas da agridoce Make Me a Song. Em Nice To Be Nowhere, uma balada minimalista que poderia ser encontrada em algum disco de Stevie Nick. Um som cuidadoso que se reflete até a última canção do trabalho, Rule of Action.

O mais interessante talvez seja perceber as camadas que se escondem ao fundo do trabalho. São referências aos mitos e à cultura grega de onde Friedberger extraiu grande parte da base poética do trabalho. O próprio nome do disco, Rebound, é inspirado em um clube noturno que a cantora visitou durante uma viagem à cidade de Atenas, fazendo do álbum um convite a se perder em um universo que parece dominado em essência pelas experiências da musicista.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.