Artista: Pantha du Prince
Gênero: Electronic, Experimental, Minimal Techno
Acesse: http://www.panthaduprince.com/
Com a chegada de Black Noise, em fevereiro de 2010, Hendrik Weber fez dos dois primeiros álbuns como Pantha du Prince – Diamond Daze (2004) e This Bliss (2007) – meros esboços criativos. Ideias que serviram de base para composições delicadas como Bohemian Forest e Lay in a Shimmer. Seis anos após o lançamento do elogiado registro, o produtor alemão está de volta ao mesmo terreno conceitual, fazendo do recém-lançado The Triad (2016, Rough Trade) uma extensão acessível do material entregue há mais de meia década.
Música de abertura do disco, The Winter Hymn carrega na sutileza dos vocais um forte indicativo da estrutura descomplicada que orienta grande parte das canções. Enquanto Weber e o parceiro Scott Mou – aqui apresentado pelo nome de Queens – brincam com o mesmo som delicado que marca as canções de Black Noise, uma fina tapeçaria de vozes se espalha lentamente, ocupando as pequenas brechas e ruídos eletrônicos criados pela dupla.
A mesma sutileza volta a se repetir em faixas como In a Open Space e na derradeira Wallflower for Pale Aaints. Mais do que um refúgio para a voz, as duas canções, também assinadas em parceria com Queens, mostram a capacidade de Weber em inserir novos instrumentos e temas além da base eletrônica do trabalho. Um dedilhado tímido, os sintetizadores brandos, melodias delicadas que crescem e encolhem a todo segundo. Mais do que uma extensão do trabalho lançado há seis anos, um álbum marcado por instantes de ineditismo.
Obra de colaborações, The Triad parece replicar grande parte do conceito explorado por Weber e os parceiros do coletivo The Bell Laboratory em Elements of Light, de 2013. São músicos, produtores e vozes que acabam ocupando grande parte do trabalho, vide a experimental Lions Love, assinada em parceria com Joachim Schultz, ou mesmo a Islands In The Sky, parceria com Bendik HK e um soturno diálogo entre o minimal techno de Pantha du Prince com elementos do pós-punk.
Nada que se compare ao assertivo trabalho em Chasing Vapour Trails. Com mais de 10 minutos de duração, a composição produzida em parceria com Schultz e Kassian von Troyer mostra a capacidade de Weber em criar verdadeiras paisagens sonoras. Faixa mais extensa do disco, a canção parece crescer sem pressa, detalhando um universo de batidas, sintetizadores marcados pelo uso de efeitos e vozes, como um ato isolado e essencialmente complexo.
Marcado pelos detalhes e versatilidade dos temas, The Triad sustenta na mesma Chasing Vapour Trails uma espécie de síntese de todo o material produzido para o disco. São pouco mais de 60 minutos em que Weber e os parceiros de produção fazem de cada criação a passagem para um mundo de batidas, vozes e melodias exploradas cuidadosamente. Mais do que um resgate segura do trabalho apresentado em 2010, a passagem para um cenário completamente novo.
The Triad (2016, Rough Trade)
Nota: 8.0
Para quem gosta de: The Field, DJ Koze e Ricardo Villalobos
Ouça: Chasing Vapour Trails, The Winter Hymn e Dream Yourself Awake
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.