Ano: 2024
Selo: Independente
Gênero: Rock Psicodélico
Para quem gosta de: Boogarins e Tagore
Ouça: Teto de Estrelas e Fuga da História
Ano: 2024
Selo: Independente
Gênero: Rock Psicodélico
Para quem gosta de: Boogarins e Tagore
Ouça: Teto de Estrelas e Fuga da História
A jornada iniciada por Pedro Franke há mais de duas décadas continua rendendo bons frutos. Três anos após o lançamento do último trabalho de estúdio como Bonifrate, Corisco (2021), o cantor, compositor e produtor carioca está de volta com mais um novo material de inéditas. Trata-se de Dragão Volante (2024, Independente), registro que não apenas segue de onde o músico parou no álbum anterior, como resgata uma série de elementos, temas e até mesmo faixas originalmente apresentadas no disco que o antecede.
Da mesma forma que em Corisco, o álbum concebido em parceria com Diogo Santander, companheiro de banda no Supercordas, se divide entre a relação do músico fluminense com o existencialismo cósmico e a realidade. Canções que atravessam planetas, estrelas e galáxias distantes, mas a todo momento retornam ao cotidiano do artista, sempre imerso em questões sentimentais e temas simples que se engrandecem a partir da surpreendente expansão poética detalhada pelo compositor em cada faixa de Dragão Volante.
“Mais um ano atado aqui / À espera de um dia ser seu”, canta Franke em Teto de Estrelas, composição que sintetiza parte dos temas e doce romantismo que se apodera do material. São canções que soam como um mergulho na mente do músico carioca, como se geradas a partir de pequenos fluxos de pensamento, mas que instantaneamente se conectam ao ouvinte. “Meu mundo é livre / Só não existe pra você”, confessa em Fuga da História, extensa criação que serve de passagem para esse curioso território particular do artista.
Claro que isso está longe de parecer uma novidade para quem há tempos acompanha o trabalho do cantor. Desde os primeiros registros autorais, como Os Anões da Villa do Magma (2007) e Um Futuro Inteiro (2011), Bonifrate tem se aventurado na produção de obras que orbitam um universo particular, sempre alternando entre o delírio e a realidade. A própria escolha em resgatar ou mesmo dar continuidade a faixas iniciadas no álbum anterior, como Corisco (Parte 3) e Grande Nó, parece contribuir ainda mais para esse resultado.
Ainda que essa decisão do músico acabe privando o ouvinte de grandes novidades, Dragão Volante tem lá suas surpresas. E isso se reflete principalmente no acabamento instrumental dado ao trabalho. Enquanto Corisco destacava a predominância das guitarras e uso de bases sempre ruidosas, o presente álbum segue o caminho oposto, destacando o uso de melodias psicodélicas, pianos pontuais e arranjos de cordas. Nada que inviabilize a entrega de canções enérgicas ou que vão direto ao ponto, como a intensa Ando Cabreiro.
Vem justamente dessa colorida combinação de estilos a grande beleza do repertório montado pelo artista para Dragão Volante. Composições talvez livres de grandes transformações e até mesmo bastante similares ao material entregue nos últimos trabalhos de estúdio do músico fluminense, vide obras como Museu de Arte Moderna (2013), Mundo Encoberto (2019) e o irmão Corisco, mas que sintetizam de maneira efetiva e concentram o que há de melhor no tipo de sonoridade que há tempos tem sido explorada por Bonifrate.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.