Ano: 2025
Selo: Matador
Gênero: Indie Rock
Para quem gosta de: This Is Lorelei e Model/Actriz
Ouça: Life Signs, Nights in Armor e Playing Classics
Ano: 2025
Selo: Matador
Gênero: Indie Rock
Para quem gosta de: This Is Lorelei e Model/Actriz
Ouça: Life Signs, Nights in Armor e Playing Classics
Inaugurado em meio a ambientações abstratas de One Small Step, It’s A Beautiful Place (2025, Matador), diz a que veio logo nos momentos iniciais. Pouco menos de trinta segundos em que Nate Amos e Rachel Brown deixam o ouvinte em suspenso, postura reforçada pela brusca inserção das guitarras de Life Signs, música que reforça a urgência do Water From Your Eyes em estúdio e abre passagem para o restante do trabalho.
Com o ouvinte ambientado ao disco, Nights In Armor, vinda em sequência, destaca o caráter exploratório da dupla norte-americana. São tempos inexatos e camadas de guitarras que tendem ao math rock, porém, preservando o mesmo som melódico que Amos vem testando no paralelo This Is Lorelei. Nada que Born 2, com suas distorções sujas, batidas carregadas e vozes submersas, não dê conta de perverter por completo.
Passado esse momento de acentuada ferocidade da dupla, You Don’t Believe in God? mais uma vez reforça o lado contemplativo do álbum. É como um delicado preparativo para o que se revela na música seguinte, Spaceship. Ainda que as batidas ganhem forma ao longo da composição, o uso contido das guitarras leva o trabalho para outras direções, como uma interpretação menos complexa e até pouco inspirada da banda.
Entretanto, sempre que começa a perder fôlego, o trabalho surpreende com a entrega de uma nova canção que, mais uma vez, destaca a força criativa da dupla. É o caso de Playing Classics. Música mais extensa do disco, a faixa de quase seis minutos chama a atenção pelo uso destacado dos teclados e batidas eletrônicas que tendem às pistas, como um remix do repertório apresentado no antecessor Everyone’s Crushed (2023).
Com as guitarras mais uma vez em primeiro plano, a dupla abre passagem para a sequência formada pela própria faixa-título do disco e Blood on the Dollar. Embora trabalhadas como peças distintas, fica bastante evidente o esforço de Amos e Brown em explorar as duas canções como parte de uma mesma estrutura criativa, evidenciando o tratamento homogêneo que orienta o repertório da banda em It’s A Beautiful Place.
Não por acaso, ao revelar For Mankind, música de encerramento do disco, Amos e Brown trazem de volta a mesma ambientação etérea que inaugura o trabalho em One Small Step. É como se tudo girasse em torno de um mesmo universo criativo. Da escolha dos timbres aos versos que combinam letras enigmáticas com temas existenciais, cada mínimo fragmento da obra destaca o domínio e consistência da dupla em estúdio.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.