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Crítica

eliminadorzinho

: "Eternamente,"

Ano: 2025

Selo: Cavaca Records

Gênero: Rock

Para quem gosta de: Bella e o Olmo da Bruxa e Raça

Ouça: Cinza e Caresmim e Chap Chap Chuap Pop

7.7
7.7

eliminadorzinho: “Eternamente,”

Ano: 2025

Selo: Cavaca Records

Gênero: Rock

Para quem gosta de: Bella e o Olmo da Bruxa e Raça

Ouça: Cinza e Caresmim e Chap Chap Chuap Pop

/ Por: Cleber Facchi 02/10/2025

Segundo álbum de estúdio da banda paulistana eliminadorzinho, Eternamente, (2025, Cavaca Records) é um trabalho completamente distinto em relação ao antecessor Rock Jr. (2021). Enquanto o disco entregue há quatro anos contava com apenas um produtor, Luden Viana, aqui são três que assinam o registro com o grupo, Calvin Voichicoski, Gabriel Olivieri e Rubens Adati. Se lá eram nove faixas centradas em questões emocionais, agora são quinze composições que transitam por diferentes propostas criativas. E isso é ótimo.

Longe de qualquer traço de conforto, o grupo formado por Gabri Eliott (voz e guitarra), João Haddad (voz e baixo) e Tiago Schützer (voz e bateria) se permite avançar em estúdio. Das inquietações urbanas e políticas de A Cidade é Uma Selva, passando pelas reflexões sobre gênero em Blondie (Menina do Cabelo Amarelo), notável é o esforço do trio em ampliar o próprio campo de atuação, levando o álbum para outras direções.

O problema é que, nesse esforço exploratório em transitar por novas possibilidades, o volume excessivo de canções acaba comprometendo a estrutura do disco. Se em Rock Jr. o grupo revelava ao ouvinte apenas o essencial, com o presente álbum o trio tende ao exagero, detalhando canções de rima pobre, como Não me deixe no almoxarifado, e até mesmo composições que parecem inacabadas, caso de Tá Legal/Se Lembra?.

Embora consumido pelos excessos, Eternamente, preserva o que há de melhor na obra da eliminadorzinho: um vasto repertório de canções catárticas, feitas para serem cantadas a plenos pulmões. São composições como a crescente Viação Andorinha e Golpe Baixo, em parceria com Marchioretto, que parecem pensadas para as apresentações ao vivo da banda, destacando a potência do grupo e antecipando o coro do público.

Mesmo composições anteriormente reveladas pelo trio, como Cinza e Carmesim, ganham novo significado quando observadas como parte do intenso repertório que move o disco. Surgem ainda curiosidades como Chap Chap Chuap Pop, faixa que aproxima a banda de uma sonoridade ainda mais pegajosa e radiofônica, mas em nenhum momento diminui o som ruidoso das guitarras que orientam a obra da eliminadorzinho.

Dessa forma, Eternamente, se revela ao público como um exercício de transição: ambicioso, volumoso e nem sempre equilibrado, mas que amplia de maneira nítida os limites da eliminadorzinho. Ao mesmo tempo em que revela certa imaturidade na filtragem das ideias, o registro também evidencia uma banda disposta a experimentar sem medo, encontrando nesse excesso um campo fértil para futuros trabalhos.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.