Ano: 2025
Selo: Saddle Creek
Gênero: Indie Rock, Emo
Para quem gosta de: You Blew It! e Cap'n Jazz
Ouça: Hawk, noitanitsarcorP e What's Mine
Ano: 2025
Selo: Saddle Creek
Gênero: Indie Rock, Emo
Para quem gosta de: You Blew It! e Cap'n Jazz
Ouça: Hawk, noitanitsarcorP e What's Mine
Melhor do que saber como começar, é saber a hora certa de parar. E foi exatamente isso que aconteceu em 2012, quando os integrantes do Algernon Cadwallader decidiram encerrar as atividades da banda. Mesmo em boa forma e com uma agenda de shows movimentada, os membros do grupo de Yardley, na Pensilvânia, voltaram seus esforços para outros projetos, silenciando um dos nomes mais queridos do revivalismo emo.
Entretanto, a chama do projeto nunca se extinguiu. Sete anos depois de relançar a própria discografia nas plataformas digitais e ser apresentado a uma nova parcela de ouvintes, o quarteto, agora com a formação original, retorna com mais um novo álbum de estúdio, Trying Not to Have a Thought (2025, Saddle Creek). São onze canções que destacam a entrega emocional, potência e força criativa do grupo norte-americano.
Não por acaso, quando Peter Helmis (voz e baixo), Joe Reinhart (guitarras), Colin Mahony (guitarras) e Nick Tazza (bateria) anunciaram o retorno do grupo, Hawk foi a música escolhida para inaugurar essa nova fase na carreira da banda. Enquanto os versos subvertem a dor do luto com memórias afetivas, linhas melódicas e vozes em destaque movimentam a canção, resgatando a mesma fluidez dos primeiros discos do quarteto.
Embora marcado pelo forte aspecto sentimental, Trying Not to Have a Thought chama a atenção pela forma como o quarteto equilibra momentos de maior vulnerabilidade com questões políticas e sociais. É o caso de Koyaanisqatsi, composição que referencia o filme homônimo do diretor Godfrey Reggio para tratar sobre o ritmo acelerado e a desumanização causada pelo capitalismo, temática que se repete ao longo do material.
Outro aspecto bastante característico do álbum diz respeito à musicalidade e às dinâmicas do quarteto em estúdio. Da combinação das harmonias de vozes e guitarras em What’s Mine, passando pelos respiros e inserções de cada instrumento em faixas como noitanitsarcorP e You’ve Always Been Here, poucas vezes antes o grupo pareceu tão integrado, direcionamento que se reflete até a derradeira World of Difference.
Ainda que Trying Not to Have a Thought não necessariamente represente uma ruptura estética ou mesmo um avanço expressivo em relação ao passado da banda, a obra reforça a relevância do grupo ao revisitar suas próprias bases com maturidade e precisão. Trata-se menos de reinventar caminhos e mais sobre consolidar uma identidade, reafirmando a intensidade do quarteto após tantos anos afastado dos estúdios.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.