Image
Crítica

Barker

: "Stochastic Drift"

Ano: 2025

Selo: Smalltown Supersound

Gênero: Eletrônica, Ambient Techno

Para quem gosta de: Aphex Twin e Skee Mask

Ouça: Force of Habit, Stochastic Drift e Reframing

8.0
8.0

Barker: “Stochastic Drift”

Ano: 2025

Selo: Smalltown Supersound

Gênero: Eletrônica, Ambient Techno

Para quem gosta de: Aphex Twin e Skee Mask

Ouça: Force of Habit, Stochastic Drift e Reframing

/ Por: Cleber Facchi 30/04/2025

Stochastic Drift (2025, Smalltown Supersound) é um desses trabalhos que se revelam ao público em uma medida particular de tempo. E a escolha de Sam Barker em inaugurar o segundo e mais recente álbum de estúdio com Force of Habit torna mais do que evidente. São pouco mais de seis minutos em que o produtor alemão brinca com a subtração e acréscimo dos elementos, envolvendo o ouvinte aos poucos, sem pressa.

São camadas de sintetizadores e batidas sempre calculadas. É como se Barker deixasse que as canções se montassem na mente do ouvinte, como um convite a completar essas lacunas espalhadas pelo artista. Claro que isso não interfere na entrega de faixas mais encorpadas e diretas, como Reframing, música que rompe com o minimalismo excessivo do restante do material, evoca nomes como The Field e se entrega às pistas.

Entretanto, sempre que aponta uma direção, Barker logo muda de sentido na faixa seguinte, proposta que rompe com a habitual sensação de conforto gerada em registros de ambient techno. A própria sequência formada por Difference And Repetition e The Remembering Self torna isso ainda mais claro, com o artista seguindo por caminhos diametralmente opostos. Uma sutil combinação de batidas, texturas e melodias.

Embora parta de uma abordagem exploratória, Stochastic Drift estabelece uma série de elementos bastante característicos do trabalho de Barker. Em geral, são sintetizadores que funcionam tanto como componentes rítmicos, como paisagísticos. Exemplo disso é o que acontece em Positive Disintegration, faixa que tende ao dub, soando como uma composição perdida de Skee Mask, porém, preservando a identidade do produtor.

Tamanha aproximação entre as faixas torna justamente os momentos em que se distancia desse resultado ainda mais fascinantes. É o caso de Cosmic Microwave, composição que segue a trilha do restante da obra, porém, culmina em um fechamento quase psicodélico. A própria Fluid Mechanics, vinda em sequência, é outra que chama a atenção pela forma como o produtor interpreta o jazz em uma abordagem eletrônica.

Esse mesmo direcionamento jazzístico ainda abre passagem para a autointitulada música de encerramento do trabalho. Com maior destaque dado à bateria, Barker segue de onde parou na canção anterior, porém, resgatando uma série de outros elementos testados pelo artista ao longo da obra. É como uma manifestação sonora da própria imagem de capa. Um meticuloso jogo de cores, formas, diferentes ritmos e sensações.

Ouça também:

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.