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Ano: 2025

Selo: 4AD

Gênero: Indie Rock

Para quem gosta de: Illuminati Hotties e Vagabon

Ouça: Wants Needs, Lie 95 e Lovers

7.3
7.3

Bartees Strange: “Horror”

Ano: 2025

Selo: 4AD

Gênero: Indie Rock

Para quem gosta de: Illuminati Hotties e Vagabon

Ouça: Wants Needs, Lie 95 e Lovers

/ Por: Cleber Facchi 03/03/2025

Enquanto Farm To Table (2022) parecia seguir a direção apontada em Live Forever (2020), Horror (2025, 4AD) amplia os horizontes de Bartees Strange. Terceiro e mais recente álbum de estúdio do artista inglês, o trabalho encontra na temática do medo um importante componente criativo, porém, estabelece no rico arsenal melódico do músico naturalizado estadunidense um elemento de ruptura e transformação criativa.

Não por acaso, Strange fez de Too Much a música escolhida para inaugurar o trabalho. Enquanto os versos mergulham nas inquietações do artista (“Eu preciso de alguém para me segurar na Terra”), Strange brinca com as possibilidades em estúdio. São pouco mais de três minutos em que o cantor parte de um pop rock altamente melódico para jogar com a inserção dos versos em uma abordagem que se aproxima do rap.

Claro que isso não interfere na entrega de faixas ainda íntimas dos antigos trabalhos de Strange. Exemplo disso fica mais do que evidente em Wants Needs. Da aceleração das guitarras ao encaixe da bateria, tudo soa como uma extensão natural daquilo que o músico tem explorado desde a estreia com Live Forever. É como um intenso jogo de sensações que, mais uma vez, destaca a potência criativa do artista em estúdio.

Entretanto, é quando mais se distancia desse resultado previamente testado nos dois primeiros trabalhos de estúdio que Strange garante ao público algumas das melhores canções do registro. É o caso de Lovers. Marcada pelo flerte do artista com a produção eletrônica, a música não apenas destaca a construção das batidas, como leva os vocais do cantor para outras direções, conceito reforçado em Doomsday Buttercup.

Essa mesma riqueza de ideias fica ainda mais evidente em Lie 95. Com vozes de apoio de Kacy Hill, a faixa traz de volta uma série de elementos bastante característicos do trabalho do cantor, como as guitarras e o uso da bateria sempre em destaque, porém, trilha um caminho diferente, mirando na década de 1980. São ecos de artista como Bruce Springsteen, mas que em nenhum momento ocultam a identidade de Strange.

Completo pela produção de nomes como Jack Antonoff e Lawrence Rothman, Horror destaca o esforço do britânico em não sucumbir aos próprios medos e avançar criativamente. Ainda que algumas das canções pareçam incapazes de causar a mesma sensação de impacto percebida nos momentos de maior grandeza do trabalho, como Norf Gun e Baltimore, Strange mantém firme o desejo de se reinventar criativamente em estúdio e romper com o óbvio, direcionamento que acaba se refletindo até os últimos minutos do material.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.