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Crítica

Black Alien

: "Abaixo de Zero: Hello Hell"

Ano: 2019

Selo: Extrapunk Extrafunk

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Rodrigo Ogi e Criolo

Ouça: Vai Baby e Que Nem o Meu Cachorro

8.8
8.8

Black Alien: “Abaixo de Zero: Hello Hell”

Ano: 2019

Selo: Extrapunk Extrafunk

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Rodrigo Ogi e Criolo

Ouça: Vai Baby e Que Nem o Meu Cachorro

/ Por: Cleber Facchi 20/04/2020

Esse é o retorno do cretino / Dos clássicos, hits, hinos e o bolso cheio de pino“. A rima crua explícita logo nos primeiros minutos de Área 51, música de abertura de Abaixo de Zero: Hello Hell (2019), diz muito sobre o caminho percorrido por Gustavo de Almeida Ribeiro no terceiro álbum de estúdio como Black Alien. Sequência ao bem-recebido Babylon By Gus – Vol. II: No Príncipio Era O Verbo (2015), primeiro registro de inéditas do rapper carioca depois de um hiato de mais de uma década, o álbum costura passado e presente de maneira incerta, partindo de experiências pessoais para dialogar com o ouvinte a partir de temáticas externas. Canções que discutem abusos com drogas, sexo e o atual cenário político de forma sempre provocativa, conceito que se reflete até a faixa de encerramento do disco, a curtinha Capítulo Zero.

Primeiro trabalho de Black Alien sem a produção de Alexandre Basa, parceiro desde o clássico Babylon by Gus, Volume 1: O Ano do Macaco (2004), Abaixo de Zero: Hello Hell encontra nas batidas e bases detalhistas de Papatinho, integrante do ConeCrewDiretoria, a passagem para um novo universo criativo. Composições que vão do R&B ao jazz em uma criativa colagem de referências, conceito que se reflete em algumas das principais músicas do álbum, como Que Nem o Meu Cachorro, Jamais Serão e Carta Para Amy, essa última, delicada homenagem do rapper à cantora britânica Amy Winehouse e outros nomes da música que partiram precocemente. Instantes de evidente refinamento estético e minúcia na composição dos versos, como uma extensão natural de tudo aquilo que o rapper fluminense tem produzido desde os primeiros registros autorais.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.