Ano: 2025
Selo: Ninja Tune
Gênero: Pop Progressivo
Para quem gosta de: Geordie Greep e Squid
Ouça: Happy Birthday, Besties e For the Cold Country
Ano: 2025
Selo: Ninja Tune
Gênero: Pop Progressivo
Para quem gosta de: Geordie Greep e Squid
Ouça: Happy Birthday, Besties e For the Cold Country
Com exceção do nome, o Black Country, New Road como conhecemos hoje em nada se assemelha ao grupo que surgiu no fim da década passada. E isso é excelente. Desde a saída do vocalista e principal compositor, o músico Isaac Wood, o projeto formado por Tyler Hyde, Lewis Evans, Georgia Ellery, May Kershawm, Luke Mark e Charlie Wayne não somente estreitou laços, como encontrou caminhos dentro e fora de estúdio.
Exemplo disso fica ainda mais evidente quando avançamos pelas músicas de Forever Howlong (2025, Ninja Tune). Primeiro álbum de estúdio do sexteto desde Ants From Up There (2022) e sequência ao ensaio ao vivo que foi Live at Bush Hall (2023), o trabalho produzido por James Ford (Arctic Monkeys, Jessie Ware) mostra a banda em sua melhor forma. Canções que destacam o refinamento técnico e a força do coletivo.
A própria escolha de Besties como composição de abertura funciona como uma boa representação desse resultado. Enquanto os versos discutem os limites entre amor e amizade, harmonias de vozes e arranjos cuidadosamente trabalhados em estúdio evidenciam o esmero do sexteto a cada mínimo movimento. É como uma evolução natural de tudo aquilo que o grupo havia testado criativamente em Live at Bush Hall.
E eles não param por aí. Dado esse primeiro passo dentro do disco, perceba como as canções vão ficando cada vez mais complexas e musicalmente elaboradas, mesmo nos momentos mais radiantes do registro. A própria Two Horses, com ares de composição extraída de um filme antigo, lentamente assume diferentes percursos, evidenciando o esforço do sexteto em se desafiar em estúdio, ampliando os limites do material.
É como um ensaio para o que se revela na sequência formada por Happy Birthday, For the Cold Country e Nancy Tries to Take the Night. São pouco mais de 17 minutos em que o grupo simplesmente transcende em estúdio, combina diferentes estilos e propostas criativas enquanto destaca o capricho dos arranjos. Mesmo nos momentos finais da obra, em Goodbye (Don’t Tell Me), o sexteto parece não economizar nos detalhes.
Embora falte ao registro a inserção de faixas capazes de causar a mesma sensação de impacto sentida em The Place Where He Inserted the Blade, Sunglasses e demais composições presentes nos discos anteriores, Forever Howlong encanta por outros meios. Da precisão das vozes assumidas por Hyde, Ellery e Kershaw, passando pelo domínio técnico que se reflete do primeiro ao último instante do material e busca por novas temáticas, notável é a maneira como o Black Country, New Road transforma cada fragilidade em potência.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.