Ano: 2024
Selo: Independente
Gênero: Pop, R&B
Para quem gosta de: Marina Sena e Yago Oproprio
Ouça: Dias Melhores, Nocaute e Liga Pra Mim
Ano: 2024
Selo: Independente
Gênero: Pop, R&B
Para quem gosta de: Marina Sena e Yago Oproprio
Ouça: Dias Melhores, Nocaute e Liga Pra Mim
Lançado no meio da pandemia de Covid-19, Amanhã (2021), estreia de Jean Tassy, surgia como um respiro aliviado em um período de evidente instabilidade política, social e emocional. Enquanto o produtor Iuri Rio Branco (Marina Sena, Flora Matos) se revezava na construção das batidas e bases, o cantor e compositor de Brasília passou a investir na entrega de faixas marcadas pelo forte aspecto sentimental. Composições que tratavam sobre encontros e desencontros românticos, porém sempre orientadas pelo lirismo esperançoso.
Três anos após a entrega do registro, Tassy mantém parte desses mesmos elementos ao se aventurar nas músicas de Acrônico (2024, Independente), segundo trabalho de estúdio da carreira, porém, o caminho percorrido agora é outro. Enquanto Amanhã era um registro solar, conceito que vai da imagem de capa à construção dos arranjos, o presente álbum segue o sentido oposto. São canções marcadas pela temática noturna, sempre perfumadas pelo cheiro de sexo, desejos e desilusões amorosas vividas pelo brasiliense.
Com Só Veio Agora como faixa de abertura, o artista abre passagem para uma sequência de composições que anseiam pela pessoa amada e tornam mais do que explícito o que antes se escondia nas entrelinhas e pequenas metáforas do disco anterior. “Como cê gosta / ‘Cê muda e troca / Ou eu, ou você no comando, a gente goza”, provoca em Ela é Tipo. Canções que partilham do mesmo lirismo ardente de Vício Inerente (2023), também produzido por Rio Branco, contudo, adaptadas ao universo sentimental e poético de Tassy.
Embora envolvente em uma primeira audição, basta uma escuta um pouco mais atenciosa para perceber como muitos dos temas explorados pelo artista ao longo do disco começam a se repetir. São canções que trilham diferentes percursos instrumentais e rítmicos, como na dançante Liga Pra Mim, mas que nunca se distanciam de um mesmo direcionamento poético. Entretanto, sempre que o trabalho perde fôlego, Tassy tira uma nova carta da manga que bagunça os rumos da obra e conduz o material para outras direções.
Em geral, são encontros com alguns dos nomes mais interessantes da música brasileira recente. É o caso de Don L, com quem divide a já conhecida Dias Melhores, ou mesmo Liniker, artista que rouba a atenção para ela mesmo na breve participação em Nocaute. Quem também dá as caras é Yago Oproprio, colaborador de Tassy em duas composições do disco, Só Se Fu… e Esse Seu Jeito. Ainda há espaço para Wiu, em Ela é tipo, e Duquesa, com quem divide os versos na deliciosa música de encerramento do trabalho, a contida Baby.
Nada que se compare ao material entregue em Beto. Diferente de tudo aquilo que Tassy apresenta ao longo do trabalho, a composição de essência reducionista destaca a sensibilidade dos versos que evidenciam a completa vulnerabilidade do artista. É como um contraponto emocional aos pequenos excessos e delírios românticos do restante da obra. Um jogo de sensações que segue de onde o cantor parou no lançamento do disco anterior, porém, joga com regras próprias, ampliando o campo de atuação do músico brasiliense.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.