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Crítica

Luiza Lian

: "Oyá Tempo"

Ano: 2017

Selo: Risco

Gênero: Experimental, Trip-Hop, Trap

Para quem gosta de: Maria Beraldo e Ava Rocha

Ouça: Oyá, Tucum e Tem Luz (Úmida V)

8.8
8.8

Luiza Lian: “Oyá Tempo”

Ano: 2017

Selo: Risco

Gênero: Experimental, Trip-Hop, Trap

Para quem gosta de: Maria Beraldo e Ava Rocha

Ouça: Oyá, Tucum e Tem Luz (Úmida V)

/ Por: Cleber Facchi 10/01/2020

Fragmentos de vozes, ruídos eletrônicos e a permanente transição entre o plano físico e o espiritual. Em Oya Tempo (2017), segundo álbum de estúdio da carreira, Luiza Lian não apenas entrega ao público uma obra conceitualmente maior em relação ao homônimo registro que o antecede, como convida ao público a mergulhar em um território marcado pela incerteza. Concebido em parceria com o produtor Charles Tixier, o trabalho de apenas oito faixas e pouco menos de 30 minutos de duração encontra nesse reduzido espaço de tempo o estímulo para a composição de um disco que parece maior e mais complexo a cada nova audição. São labirintos instrumentais que vão do jazz ao trap, do funk carioca ao canto ancestral em uma linguagem tão orgânica e nostálgica (Manada), quanto sintética e futurística (Tucum).

Nascido de pequenas inquietações da artista sobre a ultraexposição nas redes sociais, a inevitabilidade da passagem do tempo e a força da tradição do Santo Daime e Umbanda, Oyá Tempo encanta pela forma como Lian e o parceiro de produção costuram diferentes retalhos conceituais dentro de cada composição. Exemplo disso está na montagem de músicas como Oyá, Cadeira e a atmosférica Tem Luz (Úmida V). Canções que encolhem e crescem a todo instante, conceito reforçado pelo uso versátil da voz da cantora, como um instrumento a ser manipulado por Tixier. Pensado para além dos limites de estúdio, o registro ainda contou com o suporte de um site e um álbum visual, produzido pela Filmes da Diaba. Fragmentos conceituais que serviram de complemento para o delicado universo particular apresentado pela artista paulistana.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.