Ano: 2025
Selo: TraTraTrax
Gênero: Eletrônica
Para quem gosta de: Ela Minus e Verraco
Ouça: Ghost Orchid, Product of Attraction e Bikini
Ano: 2025
Selo: TraTraTrax
Gênero: Eletrônica
Para quem gosta de: Ela Minus e Verraco
Ouça: Ghost Orchid, Product of Attraction e Bikini
Produtor de Miami conhecido por incorporar elementos de música eletrônica, pop minimalista e toques de ritmos latinos, como o raggaeton e o funk carioca, Nick León faz de A Tropical Entropy (2025, TraTraTrax) um de seus registros mais completos. São onze composições em que o artista conduz o ouvinte em direção às pistas, porém, utilizando de um direcionamento reducionista, sempre meticuloso e totalmente hipnótico.
Velha conhecida do artista, Bikini, lançada em julho do último ano, funciona como um bom exemplo disso. Enquanto León se concentra na elaboração das batidas e camadas de sintetizadores que evocam os temas aquáticos de Donkey Kong Country (1994), a portuguesa Erika de Casier assume a construção dos versos. “Eu vou te mostrar para que serve esse amor”, canta a artista, seduzindo o ouvinte aos poucos, sem pressa.
Quem também dá as caras em outra importante participação é Ela Minus. Colaboradora de León em Ghost Orchid, a artista colombiana auxilia o norte-americano naquela que é uma das canções que mais destacam a relação do artista com os ritmos latinos. É como se o produtor fosse ao encontro do mesmo reggaeton de Arca, porém, substituindo o experimentalismo pelo uso de ambientações etéreas e melodias atmosféricas.
E León não para por aí. A cada novo diálogo com diferentes parceiros criativos, o norte-americano conduz o registro para um território marcado pelo caráter exploratório. Em Product of Attraction, por exemplo, é o minimalismo das batidas e vozes que bebem do funk carioca que engrandecem o encontro com Lavurn. Já em Ocean Apart, vinda em sequência, é o flerte com o R&B que embala a fina colaboração com Casey MQ.
Mesmo quando se aventura de maneira solitária pelo registro, León nunca deixa de experimentar. Exemplo disso fica bastante evidente na sequência formada por Hexxxus, Crush e R.I.P. Current. São pouco mais de oito minutos em que o artista transita por entre estilos de forma sempre curiosa. A própria Broward Boyy, próxima ao encerramento do trabalho, é outra que chama a atenção pela imprevisibilidade das batidas.
Ainda que tecnicamente irrepreensível, o grau de contenção que orienta A Tropical Entropy por vezes atua como um limitador das próprias ideias. O minimalismo, elemento que define o disco, em vários momentos parece reter mais do que amplificar as possibilidades criativas do produtor, como na abafada Metromover, parceria com Jonny From Space. Ainda assim, trata-se de um registro que valoriza o detalhe e encontra no uso do silêncio tanto impacto quanto nas batidas. Um disco que exige atenção e recompensa com sutileza.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.