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Crítica

Pablo Vermell

: "Futuro Presente"

Ano: 2025

Selo: Independente

Gênero: Pop Rock

Para quem gosta de: Varanda e Maglore

Ouça: Na Espera e Futuro Presente

7.6
7.6

Pablo Vermell: “Futuro Presente”

Ano: 2025

Selo: Independente

Gênero: Pop Rock

Para quem gosta de: Varanda e Maglore

Ouça: Na Espera e Futuro Presente

/ Por: Cleber Facchi 28/08/2025

Futuro Presente (2025, Independente) é um disco simples e, por isso mesmo, fascinante. Estreia do cantor e compositor santista Pablo Vermell, o álbum de oito faixas se distancia de possíveis excessos para destacar o reducionismo dos arranjos e profunda sensibilidade dos versos que alternam entre crises existenciais e momentos de intensa vulnerabilidade emocional, estreitando a relação entre o músico paulista e o ouvinte.

A própria escolha em inaugurar o álbum com Na Espera torna isso bastante evidente. Enquanto os versos tratam sobre o fim inconsequente de um relacionamento (“Você não pensou no estrago”), a instrumentação calculada ganha forma aos poucos, sem pressa. É como um ensaio para o que se revela de maneira ainda mais sensível e musicalmente pegajosa na composição seguinte, a também intimista Falar É Fácil Demais.

Passada essa combinação de músicas que destacam o romantismo agridoce de Vermell, Low Profile surge como um mergulho na mente do compositor santista. São versos que alternam entre a amargura, a ironia e a necessidade de seguir em frente. É como se, passada a ruptura explícita nos minutos iniciais do trabalho, o cantor voltasse para si, conceito reforçado em Frio, com guitarras em destaque e percussão caprichada.

Com a chegada de Miopia, minutos à frente, Vermell deixa de lado a fluidez dos arranjos para investir em uma canção que, mesmo econômica em excesso, encanta pela atmosfera soturna e melancolia dos versos. Nada que Fran, vinda logo em sequência, não dê conta de perverter. Curtinha, a canção parece mais uma vírgula dentro do trabalho do que parte fundamental dele, lembrando as antigas composições do músico.

Completa pela participação da banda norte-americana Valiant Blues, Adeus É Para Os Fracos não apenas traz o disco de volta aos eixos, como amplia os horizontes de Vermell. São pouco mais de três minutos em que o artista passa por diferentes fases da própria vida, reflete sobre como administramos nossas dores e ainda estabelece na instrumentação detalhista um avanço evidente em relação ao restante do trabalho.

Esse mesmo capricho, porém, partindo de uma abordagem diferente, pode ser percebido na faixa-título do disco. Com violões de Lucas Gonçalves (Maglore) e vozes da cantora amazonense Corama, a composição preserva o lirismo sóbrio do restante da obra, ainda que pontuado por momentos esperançosos, proposta que pontua a jornada emocional de Vermell com delicadeza e ainda aponta novos caminhos para o futuro.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.