Ano: 2025
Selo: Pias
Gênero: Pop
Para quem gosta de: Addison Rae e Charli XCX
Ouça: Party People, Wet & Wild e Free
Ano: 2025
Selo: Pias
Gênero: Pop
Para quem gosta de: Addison Rae e Charli XCX
Ouça: Party People, Wet & Wild e Free
Nome em ascensão na cena inglesa, Rose Gray estreia em grande estilo com Louder, Please (2025, Pias). E isso fica mais do que evidente na introdutória Damn, música que segue a trilha frenética de Charli XCX em Brat (2024), porém, estabelece na fluidez das batidas a passagem para um novo território criativo. É como se a cantora catapultasse o ouvinte para dentro do disco, desacelerando na colorida Free, composição que aponta para o pop produzido no final dos anos 2000, conceito recorrente em parte expressiva do material.
Esse mesmo olhar para o passado fica ainda mais evidente em Wet & Wild, faixa que evoca Kylie Minogue, porém, preservando a identidade e ritmo frenético de Gray. São pequenos acenos para o pop de diferentes épocas, direcionamento reforçado em Just Two. Composta em parceria com Uffie, outro importante nome dos anos 2000, a canção que cheira a eurodance ainda traz de volta as mesmas melodias de Blue (Da Ba Dee), sucesso do grupo italiano Eiffel 65 no fim da década de 1990, mudando novamente os rumos da obra.
Com a chegada de Tectonic, Gray desacelera para destacar a produção caprichada de Alex Metric em um pop etéreo com pitadas de house. É como um preparativo para o que se revela na principal faixa do disco, Party People. Agora acompanhada pelo sempre requisitado Sega Bodega, produtor que acumula trabalhos com nomes como Caroline Polachek e FKA Twigs, a cantora garante ao público uma canção que se revela em pequenas doses. São delicadas camadas de sintetizadores, batidas cuidadosamente calculadas e vozes.
Satisfatório perceber esse mesmo capricho na canção seguinte, Angel Of Satisfaction, música que sustenta nos vocais grandiosos um breve aceno para Ariana Grande, mas logo se joga nas pistas, lembrando o som do Eurythmics em Sweet Dreams (Are Made Of This). A faixa ainda abre passagem para a posterior Switch, um pop reducionista quando comparado às composições que a antecedem, mas não menos interessante.
Pena que o mesmo não pode ser dito de Hackney Wick. Vinda logo em sequência, a canção até apresenta boas ideias, como o uso das vozes declamadas e batidas que tendem ao 2-step/garage, mas não está nem perto de alcançar o mesmo refino presente evidente no restante do trabalho. E isso fica ainda mais claro quando avançamos para a faixa seguinte, First. São pouco mais de três minutos em que Gray regressa ao pop dos anos 2000, porém, mirando outras referências, vide a semelhança com a obra de La Roux e Annie.
Menos urgente do que a composição que a antecede, Everything Changes (But I Won’t) diminui bastante o ritmo para destacar a sensibilidade dos versos e entrega sentimental da cantora. É como um delicado ato de despedida, conceito que se estende até a chegada da derradeira faixa-título. Regida em essência pelas vozes de Gray, a música delicadamente abre passagem para a inserção das batidas. Não se trata de nada grandioso, mas consistente com o repertório apresentado pela artista durante toda a execução do trabalho.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.