Ano: 2025
Selo: Columbia
Gênero: Pop Rock, Eletrônica
Para quem gosta de: MGMT e Empire of The Sun
Ouça: End Of Summer, My Old Ways e Obsolete
Ano: 2025
Selo: Columbia
Gênero: Pop Rock, Eletrônica
Para quem gosta de: MGMT e Empire of The Sun
Ouça: End Of Summer, My Old Ways e Obsolete
Em junho deste ano, quando se apresentou no Nitsa Club, em Barcelona, revelando ao público a inédita End of Summer, Kevin Parker parecia deixar bastante claro que o quinto trabalho de estúdio do Tame Impala seria bem diferente de tudo aquilo que a banda australiana havia experimentado. A questão é que nem as batidas eletrônicas da faixa dão conta de preparar o ouvinte para o que encontramos em Deadbeat (2025).
Sequência ao material apresentado no pandêmico The Slow Rush (2020), o registro que marca a estreia do artista na Columbia é uma verdadeira confusão. São pouco mais de 50 minutos em que Parker se aventura pelas pistas em um direcionamento que vai dos pianos da house music, em My Old Ways, ao reggaeton, na faixa Oblivion, em um claro exercício de afastamento do rock psicodélico que revelou o projeto australiano.
E até aí, tudo bem. O problema é que Parker nunca se decide exatamente sobre que direção deseja seguir em estúdio. Quando se entrega às pistas e garante destaque às batidas, como em No Reply e na já citada End of Summer, fica bastante evidente o domínio do multi-instrumentista em relação ao novo território que decidiu explorar. Mas se o objetivo é testar outras possibilidades, o que Dracula e Loser estão fazendo aqui?
Claramente voltadas ao repertório dos antigos trabalhos do Tame Impala, essa sequência de faixas sintetiza a incapacidade de Parker em desapegar e se entregar de vez aos temas dançantes de Deadbeat. E coragem para isso ele já demonstrou ter, afinal, passada a consolidação em Lonerism (2012), o músico abandonou as guitarras e deu maior destaque aos sintetizadores para a virada artística (e comercial) em Currents (2015).
Embora confuso na maior parte do tempo, Deadbeat reserva algumas surpresas. Em Obsolete, por exemplo, é notável a capacidade do artista em combinar diferentes estilos, como o pop latino, o synthpop e o R&B em uma faixa que soa como um encontro entre Phil Collins e Nelly Furtado. Já em Afterthought, com sua base funkeada, Parker aprimora o que havia testado como produtor em Radical Optimism (2024), de Dua Lipa.
No fim das contas, Deadbeat acaba sendo um disco sobre isso: momentos. Livre da consistência que marca o antigo repertório da banda, o trabalho destaca a imagem de um artista ainda curioso e interessado em provar diferentes possibilidades em estúdio, mas incapaz de concluir suas ideias ou mesmo romper com antigos formatos. Um álbum que atrai o ouvinte pela ousadia, mas frustra pela completa falta de direção.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.