Em um ano repleto de grandes lançamentos, como Titanic Rising (2019), de Weyes Blood, Magdalene (2019), de FKA Twigs, e Norman Fucking Rockwell (2019), de Lana Del Rey, Aldous Harding deixou sua marca. Dois anos após a entrega de Party (2017), registro em que decidiu se aventurar pelo uso de temas atmosféricos ao lado do produtor John Parish (PJ Harvey, Perfume Genius), a cantora e compositora neozelandesa fez de Designer – 33º colocado em nossa lista com Os 50 Melhores Discos Internacionais de 2019 –, um importante ponto de ruptura e necessária renovação criativa.

Dois anos após a apresentação do álbum que trouxe músicas como The Barrel e Damn, Harding está de volta com a inédita Old Peel. Mais recente criação da artista, a faixa conhecida das apresentações ao vivo da neozelandesa parece expandir o repertório entregue no disco anterior. Do uso das guitarras ao tratamento dado às batidas e vozes, tudo soa como parte de um diálogo cada vez mais estreito da cantora com a produção dos anos 1970. Delírios nostálgicos, mas que em nenhum momento corrompem o forte caráter autoral que orienta a composição e uso dos versos.

Aldous Harding – Old Peel