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Crítica

Dorgas

: "Dorgas"

Ano: 2013

Selo: Independente

Gênero: Indie, Experimental, Dream Pop

Para quem gosta de: Séculos Apaixonados e Boogarins

Ouça: Hortência, Campus Elysium e Faisão Dourado

9.0
9.0

Dorgas: “Dorgas”

Ano: 2013

Selo: Independente

Gênero: Indie, Experimental, Dream Pop

Para quem gosta de: Séculos Apaixonados e Boogarins

Ouça: Hortência, Campus Elysium e Faisão Dourado

/ Por: Cleber Facchi 10/02/2020

Delírio coletivo, produto da nostalgia não vivenciada ou apenas uma piada convertida em música? Uma vez imerso no estranho ambiente conceitual que marca o primeiro álbum de estúdio do quarteto carioca Dorgas, todas as respostas parecem corretas. Fruto da criativa convergência de ideias, o trabalho de nove faixas sutilmente amplia tudo aquilo que Cassius Augusto (voz e baixo), Eduardo Verdeja (guitarra e baixo), Gabriel Guerra (voz, guitarra e sintetizador) e Lucas Freire (bateria e percussão) haviam testado nos antecessores Verdeja Music EP (2010) e Grangongon / Fez-se Cristo (2011). São poemas enigmáticos, ruídos e camadas instrumentais que ora apontam apontam para a produção brasileira dos anos 1970, vide a herança de Jards Macalé e Marcos Valle, ora fazem lembrar de obras esquecidas do city pop japonês.

A principal diferença em relação aos primeiros trabalhos da banda, como o labiríntico Loxhanxha / Dito Antes (2011), está na capacidade dos músicos em provar de uma sonoridade acessível, flertando com o pop nostálgico dos anos 1980. Exemplo disso está na divertida Hortência, homenagem à ex-jogadora de basquete brasileira e uma delicada síntese do criativo processo de transformação do grupo. Claro que essa parcial mudança de estrutura não interfere na entrega de faixas deliciosamente insanas, caso de Faisão Dourado (Tendêcia e Cor), música originalmente apresentada ao lado do já citado Jards Macalé, e Faisão Dourado, com seus mais de sete minutos de doce experimentação. Mesmo recebido de forma positiva na época de seu lançamento, o autointitulado debute seria incapaz de sustentar as relações entre os integrantes, resultando no encerramento das atividades do quarteto no ano seguinte.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.