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Crítica

Duda Beat

: "Sinto Muito"

Ano: 2018

Selo: Independente

Gênero: Pop, R&B, Brega

Para quem gosta de: Jaloo e Potyguara Bardo

Ouça: Bixinho, Pro Mundo Ouvir e Todo Carinho

8.8
8.8

Duda Beat: “Sinto Muito”

Ano: 2018

Selo: Independente

Gênero: Pop, R&B, Brega

Para quem gosta de: Jaloo e Potyguara Bardo

Ouça: Bixinho, Pro Mundo Ouvir e Todo Carinho

/ Por: Cleber Facchi 12/03/2020

Os sentimentos escorrem por entre as brechas de Sinto Muito (2018). Do momento em que tem início, na confessional Bédi Beat (“E eu vivia à flor da pele nem percebia / Que das vezes que eu ria era vontade de chorar“), passando pela entrega de músicas como Back To Bad (“Eu nunca fui tão humilhada nessa vida por você, meu amor / A vida toda eu quis me dar inteira / Mas você só queria a metade“) e Pro Mundo Ouvir (“Se tu diz que não me aguenta, pra que veio? / Você não me merece / Por favor, vê se me esquece / Se não quer, não me dá like / Nem fica com esse disfarce“), cada fragmento do registro de 11 faixas reflete não apenas a angústia de sua realizadora, a cantora e compositora pernambucana Duda Beat, como os conflitos e desilusões amorosas de qualquer indivíduo apaixonado. São memórias de um passado recente que se entrelaçam em meio a variações de um pop tropical, flertes com o brega nordestino e doses consideráveis de R&B.

Parte desse resultado vem da interferência direta do produtor Tomás Tróia, parceiro da cantora durante toda a execução da obra, além, claro, de um time seleto de representantes da cena carioca, como Lux Ferreira, Diogo Strausz, Patrick Laplan e Pedro Garcia. São inserções minuciosas, melodias tratadas de forma nostálgica e releituras do trabalho de outros artistas, como em Parece Pouco, bem-sucedida adaptação de Solo (Reprise), de Frank Ocean. Instantes de profunda vulnerabilidade e entrega sentimental, proposta que se reflete em algumas das composições mais acessíveis do disco, caso de Bixinho e Bolo de Rolo, mas que orienta com naturalidade a experiência do ouvinte até os últimos versos da confessional Todo Carinho (“Eu sou de outro tempo / Amor que é pra sempre / E tanto sentimento guardado pra nós dois / Que se eu só tivesse hoje pra poder te amar de novo“).



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.