Ano: 2025
Selo: DeckDisc
Gênero: MPB
Para quem gosta de: Jadsa e Iara Rennó
Ouça: Corredeiras, Ensacado e Eu Gosto Assim
Ano: 2025
Selo: DeckDisc
Gênero: MPB
Para quem gosta de: Jadsa e Iara Rennó
Ouça: Corredeiras, Ensacado e Eu Gosto Assim
Seja criando interpretações para a obra de diferentes artistas ou imersa nas próprias composições, Josyara é uma cantora que sempre entrega o máximo de si. E se trabalhos como Mansa Fúria (2018) e ÀdeusdarÁ (2022) forem insuficientes para representar isso, AVIA (2025, DeckDisc), mais recente obra da baiana em carreira solo, destaca não apenas a versatilidade, como a potência criativa da musicista vinda de Juazeiro.
Inaugurado pela reducionista Eu Gosto Assim, uma versão para a faixa de mesmo nome lançada por Anelis Assumpção há mais de uma década, AVIA é um registro que se revela em pequenas doses, porém, encanta sem grandes dificuldades. São composições que confessam algumas das principais referências criativas da musicista baiana, além, claro, de consolidar a própria identidade artística e evidente entrega em estúdio.
Acompanhada de Rafael Ramos, coprodutor do registro, Josyara se aventura na elaboração ou releitura de canções que discutem relações humanas a partir de uma perspectiva não óbvia. Em Seiva, composta em colaboração com Iara Rennó, são versos que escancaram os prazeres da carne a partir de metáforas com elementos da flora. Já na música Peixe Coração, parceria com Liniker, é a água que dá sentido às palavras.
Mesmo velhas conhecidas, como Ensacado, ganham novo significado quando agora observadas com parte do disco. Originalmente apresentada por Cátia de França no cultuado álbum 20 Palavras ao Redor do Sol (1979), a composição se transforma e cresce não apenas na força das vozes de Josyara, mas na presença de Pitty, com quem divide a faixa. Entretanto, é no ineditismo que a compositora baiana realmente convence.
Exemplo disso fica bastante evidente no que talvez seja a principal canção do disco, Corredeiras. Enquanto os versos escancaram a sensibilidade poética de Josyara (“Não, não preciso dessa mágoa / Toda água deve correr / É tão bonito de ver / Cachoeira derramar”), arranjos de cordas e metais concedem ao trabalho da cantora uma grandeza nunca antes vista. Um poderoso exercício de entrega e expansão da própria obra.
Dessa forma, mesmo quando esbarra em conceitos, temas e estruturas anteriormente testadas nos antigos trabalhos, sempre orientados pela mesma carga romântica, Josyara tende ao novo. A própria música de fechamento, Oasis (A Duna e O Vento), com suas texturas, guitarras em destaque e vozes de Chico Chico deixa isso claro. É como um exercício de redescoberta em um território há muito dominado pela artista.
Ouça também:
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.