Image
Críticas

Parquet Courts

: "Human Performance"

Ano: 2016

Selo: Rough Trade

Gênero: Indie Rock, Alternative, Post-Punk

Para quem gosta de: OUGHT e Preoccupations

Ouça: Dust e Human Performance

8.5
8.5

Disco: “Human Performance”, Parquet Courts

Ano: 2016

Selo: Rough Trade

Gênero: Indie Rock, Alternative, Post-Punk

Para quem gosta de: OUGHT e Preoccupations

Ouça: Dust e Human Performance

/ Por: Cleber Facchi 14/04/2016

Evoluir sem necessariamente perverter a própria essência musical. Dois anos após o lançamento da dobradinha Sunbathing Animal (2014) e Content Nausea (2014) – este último, apresentado ao público sob título de Parkay Quarts – Andrew Savage (voz, guitarras), Austin Brown (voz, guitarras), Sean Yeaton (baixo) e Max Savage (bateria) estão de volta um novo registro de inéditas do Parquet Courts: Human Performance (2016, Rough Trade).

Obra mais “ousada” de toda a discografia dos nova-iorquinos, musicalmente o presente álbum dá um salto em relação ao material produzido anteriormente pela banda. Ainda que o diálogo com elementos do pós-punk e rock alternativo dos anos 1990 seja mantido durante toda a execução do trabalho, pouco do som pensado para os iniciais American Specialties (2011) e Light Up Gold (2012) parece ter sobrevivido, revelando um claro exercício de reposicionamento por parte do quarteto.

Mesmo que a inaugural Dust sirva para exemplificar toda a transformação da banda, detalhando uma coleção de sintetizadores cósmicos e guitarras crescentes, típicas de gigantes como The Velvet Underground, está na própria faixa-título do disco a busca por um conjunto de novas possibilidades. Um material inicialmente tímido, mas que logo transporta o quarteto para um novo cenário, como se o grupo exagerasse de forma propositada na utilização de efeitos e distorções.

Em uma estrutura essencialmente versátil, cada uma das 13 composições que abastecem Human Performance se fragmenta em diferentes temas e ambientações instrumentais. Salve a rigidez de músicas como Berlin Got Blurry, difícil encontrar uma canção que mantenha a mesma estrutura do primeiro ao último acorde. Da explosão de sons na extensa One Man No City ao toque melancólico de Steady On My Mind, faixa após faixa, o grupo detalha um mundo de texturas e pequenos detalhes.

Nos versos, uma clara continuação do material originalmente apresentado em Sunbathing Animal. São letras claustrofóbicas que caminham por cenários acinzentados, diferentes conflitos pessoais e relacionamentos tediosos. Um jogo de rimas e vozes que se posicionam de forma sempre mecânica, marcada, como se a dupla de vocalistas formada por Savage e Brown acompanhasse de perto o ritmo indicado pelas guitarras.

Laçado poucos meses após o mediano Monastic Living EP, de 2015, Human Performance mostra um Parquet Courts renovado, tão atento e enérgico quanto nas canções que lançaram o trabalho do grupo no começo da presente década. Entre composições como Dust, It’s Gonna Happen e One Man No City, o quarteto alcança um trabalho que não apenas chega de forma acessível ao ouvinte, como esbanja maturidade a cada novo versos e arranjo.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.