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Críticas

Baths

: "Ocean Death"

Ano: 2014

Selo: Anticon

Gênero: Eletrônica, Glitch Pop, IDM

Para quem gosta de: Shlohmo, Groundislava e The Postal Service

Ouça: Voyeur e Ocean Death

8.0
8.0

Resenha: “Ocean Death EP”, Baths

Ano: 2014

Selo: Anticon

Gênero: Eletrônica, Glitch Pop, IDM

Para quem gosta de: Shlohmo, Groundislava e The Postal Service

Ouça: Voyeur e Ocean Death

/ Por: Cleber Facchi 19/05/2014

Esqueça os sorrisos, o clima matinal e também a atmosfera pueril encontrada por Will Wiesenfeld para dar vida ao primeiro álbum como Baths, o romântico Cerulean (2010). Ainda mergulhado no mesmo universo melancólico que abasteceu os arranjos e versos do sombrio Obsidian (2013), o produtor californiano assume com Ocean Death EP (2013, Anticon) mais do que uma extensão do registro apresentado há poucos meses, mas uma obra de transição dentro as experiências recentes do artista – principalmente as sentimentais.

Guiado pelo jogo torto dos sons expostos logo na faixa que abre o trabalho, Ocean Death é um disco que se divide entre o experimento e uma particular interpretação da música pop. Assim como no álbum de 2013, Wiesenfeld mantém firme a relação com a sonoridade gerada por Jimmy Tamborello e Ben Gibbard para o clássico Give Up (2003), do The Postal Service. Todavia, enquanto a única obra da dupla de veteranos cresce em um cenário bem definido de sons e temas musicais, com o presente trabalho, Baths está longe de assumir um provável limite.

Um passeio pela Ambient Music, toques de Instrumental Hip-Hop e diferentes experimentos eletrônicos convergem durante toda a formação do álbum, que usa da tristeza confessa do músico como uma espécie de cola temática. Todavia, se há poucos meses Wiesenfeld traduzia a dor arquivada em seu coração a partir de músicas como Miasma Sky e Incompatible, hoje ele vai além: parece interessado em se livrar de qualquer traço sentimental que possa prejudicar sua vida. “Eu não te amo/ Eu não te amo/ Eu não te amo“, repete com seriedade em Orator, canção que representa parte desse processo de adaptação/superação do cantor.

Raivoso e libertador em determinados aspectos (Voyeur, Orator), recluso e entristecido em outros (Fade White, Yawn), Ocean Death mantém firme a capacidade de Wiesenfeld em captar os próprios sentimentos e transformá-los em doces melodias – feitas para os mais variados públicos. Uma prova de que mesmo distante dos conceitos que abasteceram o debut Cerulean, há quatro anos, a essência do Baths permanece a mesma, apenas adaptada ao presente estágio emocional do produtor. Nada mais justo.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.