About Group
Electronic/Experimental/Alternative
http://www.aboutgroup.blogspot.com/
Por: Fernanda Blammer
O que acontece quando o carismático Alexis Taylor, líder do Hot Chip, e mais três conceituados músicos britânicos resolvem montar um projeto de improvisações, que perpassam a música eletrônica, a psicodelia, o rock e o jazz? O resultado só poderia ser um só: Start and Complete (2011), primeiro resultado da série de experimentações geradas da parceria entre Taylor, Charles Hayward (This Heat), John Coxon (Spring Heel Jack, Spiritualized) e Pat Thomas através do projeto About Group.
A ideia do trabalho é até bem simples: cada um dos integrantes teria a liberdade para contribuir de qualquer forma com o disco, inserindo seus trechos instrumentais, sempre sem ter uma noção exata do todo. Dessa forma, Alexis foi até o memorável estúdio Abbey Road, de onde saiu com um disco apenas gravado com vozes e piano, o trabalho foi consequentemente passado aos demais integrantes, em que cada um foi completando as lacunas com baterias, teclados, guitarras e os mais variados instrumentos a fim de gerar um trabalho que resulta nas 14 composições do disco de estreia do supergrupo.
Talvez pelos vocais de Taylor, ou mesmo por algumas texturas na sonorização, mas são incomparáveis as comparações com o Hot Chip, principalmente se tivermos em mãos o último disco do grupo, One Life Stand de 2010, ou o EP Mexico. Em ambos os trabalhos (principalmente no Extdended Play) existe a busca por uma sonoridade muito mais voltada à musica ambiente, com o grupo britânico demonstrando sua faceta menos dançante e realçando suas aspirações instrumentais e até seus interesses pelo experimentalismo.
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Start and Complete é um disco todo recheado por essas mesmas experimentações, embora muitas delas acabem soando de forma excessivamente rudimentar e desconexas. Em determinadas canções é visível como não há o encaixe entre as partes de um ou outro músico, uma ausência de ritmo, que embora pareça proposital em uma primeira audição, posteriormente pode se revelar um prejuízo ao álbum. Ou é a bateria que escapa do ritmo original da faixa, ou são os teclados que se encaixam de forma imprecisa, gerando uma irritação que cresce no decorrer do disco.
Claro que entre erros e acertos, o segundo é o que prevalece, com a banda dando vida a uma espécie de trilha sonora imaginária e até divertida. A frequência viajada dos instrumentos, como ocorre em With Each New Day, por exemplo, mostram que a ideia do grupo deu mais do que certo, com todos os elementos alinhados de forma coerente. A principio instável, You’re No Good, com seus mais de onze minutos acaba se transformando no momento mais interessante do disco, com a banda toda se divertindo em meio a improvisos e soluções instrumentais que crescem, tornam-se minimalistas e em alguns momentos até servem para dançar.
Embora até garanta ótimos momentos, o primeiro disco do About Group fica o tempo todo no quase, como se faltasse ao grupo a possibilidade de arriscar mais. Se a ideia era a de gerar um disco de improvisações isso deveria ser mantido da primeira à última faixa, já que boa parte das canções envergam para um tipo de instrumentação excessivamente comum. Talvez o problema fosse solucionado com uma inserção maior de músicos, que trariam ao disco um explorar de sons muito mais plural.
Start and Continue (2011)
Nota: 7.0
Para quem gosta de: Hot Chip, Gang Gang Dance e Rainbow Arabia
Ouça: You Are No Good
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.