The Black Ghosts
British/Electronic/Electro
http://www.myspace.com/blackghosts
Por: Fernanda Blammer
Por mais que gravar, produzir e distribuir um álbum hoje em dia não seja mais um privilégio de alguns poucos sortudos ou “artistas de verdadeiro talento”, ter um mínimo de noção daquilo que se quer desenvolver e promover um tipo de som que se distancie dos demais ainda é essencial para a construção de qualquer bom registro, seja ele fruto de uma grande gravadora ou um trabalho produzido em uma garagem qualquer. É partindo desse pressuposto que ao nos depararmos com When Animals Stare (2011, Southern Fried) novo disco da dupla The Black Ghosts fica a seguinte pergunta: o que se passa na cabeça de Theo Keating e Simon Lord?
Por mais que a homônima estreia da dupla em 2008 não trouxesse nenhum tipo de som revolucionário, em suas 11 composições o disco seguia de maneira estável, com o duo produzindo um som que buscava se desvencilhar do básico em sua totalidade, algo que em nenhum momento a dupla consegue se aproximar dentro deste novo álbum. Utilizando de uma eletrônica convencional e próxima da música pop, o duo de produtores britânicos até se esforçam na abertura do trabalho, porém, à medida em que o disco se desenvolve o cansaço e faixas cada vez mais repetitivas é que vão se evidenciando.
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Falta fôlego ao ritmo proposto no decorrer do álbum, bem como a constante sensação de “quase”, como se o disco permanecesse o tempo todo próximo de mostrar seu suposto grande resultado, algo que na verdade nunca é atendido. Mesmo que músicas como Even In The Darkness com suas agradáveis programações e texturas eletrônicas cuidadosamente posicionadas consigam dar conta do recado, lentamente a faixa vai murchando, como se fosse uma composição oca ou ausente de clímax. Ouvir o álbum em sua totalidade por mais de duas vezes é uma tarefa quase impossível, tamanha quantidade de temáticas enfadonhas que se apoderam das faixas, bem como suas letras descartáveis.
Meses atrás o The Black Ghosts já havia soltado uma pequena amostra do que seria encontrado em seu novo disco, condensando cinco faixas inéditas em um pequeno EP, de longe um trabalho muito melhor resolvido do que este When Animals Stare. Mesmo portando as exatas mesmas composições presentes naquele pequeno registro, a atmosfera penosa que vai percorrendo o álbum faz com que mesmo as já conhecidas canções percam completamente seu valor. Um disco para quem tem paciência, muita paciência.
When Animals Stare (2011, Southern Fried)
Nota: 5.5
Para quem gosta de: Simian Mobile Disco, The Whip e The Presets
Ouça: Even In The Darkness
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.